23/12/09

Presos aos EUA

Estamos todos refens da economia norte-americana enquanto esta continuar a ser a maior economia do mundo, o maior consumidor (de energia em particular) do mundo e tiver a influência que tem no mundo.
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Estou a falar do caso particular das taxas de juro. Enquanto os EUA não aumentarem as taxas de juro será muito improvável que o BCE aumente a Euribor, pois isso iria aumentar novamente o valor do euro. Para mim e muitos outros, preferimos que o Euro esteja muito forte para as nossas compras no ebay e no amazon fiquem mais baratas. Mas para a economia em geral isso não é bom pois prejudica as exportações e impulsiona as importações, o que prejudica as empresas (exportadoras ou não) nacionais - um aparte: estão a ver, eu não sou egoista!
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Portanto, estamos todos à espera que os EUA recuperem para que o BCE possa continuar com as suas políticas. Aliás, o corte radical das taxas de juro nos EUA prejudicou muito a zona euro pois levou à apreciação abrupta da nossa moeda, tornando os bens europeus relativamente mais caros.
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Outra questão é a China. Muito se fala da China e que poderá vir a ser o próximo líder da economia mundial. Para mim, não tem estaleca! Tem um mercado interno muito grande e com elevado potencial, mas está a ter o sucesso que tem com base na sua moeda muito barata. Se tiver que a deixar valorizar (porque actualmente simplesmente não deixa!) vai ter que provar que é mesmo uma economia de topo.

Enganar quem?

Quem estará Sócrates a enganar? Os tristes (perdoem-me) que votaram nele? Como tem a cara de pau de afirmar que aumentou o défice como devia em 2009 para combater a crise económica? Não. Este Sócrates é incompetente. Pode ter tirado um curso de engenharia ao domingo mas itnha obrigação de ter melhores conhecimentos de economia se quer fazer afirmações destas.
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A redução de impostos é por si só um estímulo ao crescimento, tal como tenho vindo a dizer aqui inúmeras vezes. O aumento da despesa também pode ser mas não quando temos o défice que temos. Mas vamos ter TGVs e novo aeroporto em Lisboa (claro, Portugal é Lisboa...) e aumentar ainda mais o défice. Obviamente, isto terá que ser acompanhado com um aumento de impostos que vai anular o crescimento que o aumento da despesa pública poderia trazer.
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É claro que para crescer o país tem que emagrecer na despesa e descer os impostos. Nem de propósito! É o chamado Lean Thinking que agora está na moda, aplicado ao sector público!

22/12/09

Interesse Público

Se há coisa que me irrita é quando um indivíduo ou um conjunto deles querem sobrepôr o seu interesse individual ou colectivo ao interesse da sociedade.
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A greve marcada pelos super e hiper-mercados para a véspera de Natal, entretanto cancelada, é um exemplo disso. É óbvio que a greve iria atingir quem eles querem. O problema é que iria também atingir a sociedade em geral que necessita ou pode necessitar de ir aos supermercados nesse dia. A analogia mais imediata que me lembro, é a de um assaltante com um refém. O atirador da polícia tem a mira no assaltante e sabe que se disparar o mais provável é que o assaltante também atire sobre o refém. O refém não tem culpa nenhuma, logo deve ser a prioridade. A sociedade não tem culpa nenhuma, logo deve ser também a prioridade. E penso que terá sido este o motivo da desconvocação.
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Outro exemplo que me incomoda, apesar de apenas raramente andar de autocarro, é as greves nestes meios de transporte. Isso faz atrasar as pessoas, perderem tempo, chegarem atrasadas ao emprego, terem que aguentar com a má disposição dos patrões, chegar atrasado ou faltar a um teste ou exame muito importante, etc. Neste caso, eu até proponho uma solução muito melhor! Deixarem entrar toda a gente no autocarro sem cobrar bilhete. O interesse público não é afectado e o alvo deles, a empresa, arrecada um considerável prejuízo, pelo menos naquele dia.
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O mesmo digo em relação aos hospitais. Sim, os serviços mínimos são normalmente mantidos, mas é um hospital caramba! Pessoas morrem lá todos os dias portanto se nem os serviços normais são suficientes, quanto mais os serviços mínimos. Existe direito à greve, mas isso não deve nem pode prejudicar os interesses da sociedade em geral. Isso tem um nome: Egoísmo.

18/12/09

Impunidade

Os 13 piratas somalis capturados em Dezembro vão ser libertados. Isto porque nenhum país aceitou processa-los e julgá-los. Mas afinal em que raio de mundo é que vivemos? A justiça portuguesa não está assim tão má, está ao nível do resto da europa e do mundo. Para que é que estamos a combater a pirataria (incluindo portugueses) se depois não dá em nada? Mais uma vez, dinheiro mal gasto. Daqui posso depreender que também vão permitir os downloads ilegais por parte dos piratas informáticos... Só por uma questão de coerência.
(DE)

16/12/09

Centralismo

Chegou a ser um rumor não desmentido. Agora é oficial. O Red Bull Air Race vai mesmo para Lisboa, em mais um passo dado rumo ao centralismo do país na capital. Ainda por cima o palhaço que governa Lisboa (não é o Sócrates, é mesmo o balofo que já esteve no Governo), nem sequer os teve no sítio para assumir as negociações.
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Perante uma decisão política do Governo (tal como citei no post anterior sobre o assunto), já isto já seria de esperar.
Rumo ao crescimento e promoção de Lisboa em detrimento do resto do país.

O Palhaço - by Mário Crespo

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

Trafulha

"[Os alunos] fazem um papel, entregam ao professor e vão-se embora. E ao fim do ano, entregam-lhe um papel a dizer que têm o nono ano [de escolaridade]. Isto é tudo uma mentira, enquanto formos governados por mentirosos e incompetentes este país não tem solução”,

Medina Carreira, Público

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O que disse Medina Carreira é óbvio demais. Não me canso de dizer que este programa das Novas Oportunidades visa apenas atingir estatísticas. Pretende qualificar recursos humanos pouco qualificados ao estilo que José Sócrates, alegadamente, concluiu a sua licenciatura. Por um lado, estão a querer enganar os portugueses em geral, dizendo que este Governo está a elevar o nível de escolaridade dos portugueses, o mundo internacional, de modo a subir nas estatísticas europeias e os próprios alunos, pois eles não ficam a saber o mesmo que é ensinado no ensino normal.

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O que seria de louvar, era utilizar esses meios financeiros em programas de formação e qualificação profissional de recursos humanos, e digo isto no verdadeiro sentido da palavra: Capacitar e dotar os recursos humanos de conhecimentos e técnicas que os permitam de desempenhar uma determinada profissão. Não apenas dar-lhes um papel para as mãos a dizer que têm equivalência ao 9º ou 12º ano. Ainda por cima é dinheiro mal gasto, porque as empresas sabem perfeitamente que não se aprende nada nas novas oportunidades.

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Este programa nem sequer é facilitismo. É trafulhice.

15/12/09

Falar por falar

Este Francisco Assis é mais um iludido.
Eu pergunto: Para quê que precisamos do TGV? Como já tive oportunidade de afirmar anteriormente, o TGV faz sentido em países do centro da Europa. A velocidade do TGV é lenta para nos deslocarmos para a Europa. Se é para poupar tempo, usamos o avião, que mesmo a contar com os tempos de check in e de espera das malas é muito mais rápido e em alguns casos mais barato.
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Mas a outra questão, mais importante, é porquê agora? Porque estamos em crise, estamos sobre-endividados e vamos gastar dinheiro em projectos megalómanos em vez de apostar em quem gera emprego - PMEs? Os manuais de teoria económica dizem que se deve aumentar a despesa pública para fazer crescer o produto. Verdade, mas não é com projectos de longo prazo com retorno num futuro incerto! E não menos verdade é que a subida de impostos cada vez mais iminente (sobretudo em Portugal que é perito em fugir aos impostos, vai contribuir para anular este efeito de crescimento e vai matar algumas empresas. Porque não optar pelo emagrecimento do Estado ao essencial e diminuir os impostos? We should give it a try

14/12/09

Não é desculpa

A crise não é desculpa pelo mau desempenho do Governo português. Segundo noticia hoje o Jornal de Negócios, Portugal tem a quarta taxa de desemprego mais elevada da OCDE, também conhecida por mundo ocidental, tendo por base o mês de Outubro.
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Como é obvio, Sócrates não pode culpar a crise pois a crise está aí para todos e Portugal nem é dos mais afectados. Em primeiro lugar está a Espanha (19,3%), seguindo-se a Irlanda (12,8%) e a Eslováquia (12,2%), estando Portugal empatado com os EUA (10,2%). Abaixo está a França (10,1%) sendo que dos restantes países, nenhum apresenta taxas com dois dígitos.

Parque Temático em Campanhã

A Câmara Municipal do Porto não se está a deixar acomodar pela vitória de Rui Rio, que está a cumprir o último mandato, e vai avançar para a construção de um parque temático na freguesia de Campanhã.
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- Gerar Emprego (5 a 6 mil empregos)
- Reabilitar Zona degradada da cidade (Areias)
- Promover Turismo (com unidades hoteleiras dentro do parque)
- Criação de um Espaço de Lazer (previsão de 4 milhões de visitantes por ano)
- Integração ambiental (perto do novo parque oriental da cidade)
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Rio está a provar que é o homem certo no local certo.
Sou uma pessoa muito teimosa. Devia ser o opositor número 1 do Rui Rio quando ganhou pela primeira vez as eleições e hostilizou o FC Porto. Hoje, também eu sei separar o futebol (sou quase cego pelo FCP) da política (não tenho partidos políticos - reconheço apenas o valor de alguns políticos).

Reflexão: O antes e o depois

O que trouxe o 25 de Abril ao nosso país? São cada vez menos as pessoas habilitadas para testemunhar o que mudou com o 25 de Abril. Se já lã vão 35 anos e considerando que apenas com 15 anos (e mesmo assim...) é que se tinha alguma consciência daquilo que se passava, é preciso que hoje se tenha 50 anos. Tirando os "activistas" contra o regime, cujos relatos são multiplicados pelos meios de comunicação social, a verdade é que muitas pessoas, predominantemente idosos, sentem alguma saudade do regime anterior ao 25 de Abril de 1974.
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Não quero de modo algum defender esse regime, até porque a minha idade não o permite, mas posso perfeitamente apontar alguns dados factuais ou não.
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Segurança?
Os meus avós dizem que estavam mais seguros no anterior regime. Havia mais respeito e as pessoas podiam deixar as portas abertas que não havia "larápios". Hoje? Bem, eu posso dizer que não me sinto seguro. Nem no Porto, nem em Lisboa, nem em lado nenhum, viajo de carro com as portas sempre trancadas, evito andar sozinho na baixa à noite e é condição obrigatória trancar todas as portas de casa de noite ou quando não estou.
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Finanças Públicas?
Salazar (não sei se posso dizer o nome dele) encheu os cofres do país. Foi um dos melhores Ministros das Finanças de todos os tempos. Passou de bestial a besta por ter imposto um regime ditaturial. Mas será que hoje estamos melhor?
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Liberdade?
Esta é uma questão polémica! Até porque a maioria das pessoas não sabe o que é liberdade. O meu conceito de liberdade tem um conceito implícito de respeito. Não podemos falar em liberdade sem falar de respeito. A nossa liberdade individual termina onde começa a dos outros. Perguntem aos jornalistas se semtem que hoje, com Sócrates, existe liberdade de impensa. Eu acho que não! E nem sequer falo em Marcelos nem TVIs.
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Um pequeno aparte, com esta lei do tabaco, colegas meus e outras pessoas questionaram a sua liberdade: "Agora já nem tenho liberdade para fumar o meu cigarro num café ou num restaurante, após terminar a minha refeição". Pois... e eu não tinha liberdade para comer a minha tosta mista ou saborear um belo bife da portugália sem ser invadido pelo fumo do SG Ventil da mesa ao lado. Nessa questão, hoje sinto-me muito mais livre!

Nível de Vida?
Eu não tinha grandes dúvidas em afirmar que o nível de vida deve ter aumentado. E provavelmente é verdade. Estamos também mais desenvolvidos. Mas a questão não é estática. Tem de ser analisada em termos dinâmicos: Como estariamos se...? Com ditadura ou não, ou com Mário Soares ou não, só sabemos uma versão da história. A outra só podemos estimar ou sonhar com ela. Mas o que é certo é a questão em baixo:
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Salário Mínimo Nacional
Se o SMN tivesse sido actualizado anualmente ao nível da inflação desde o dia 25 de Abril de 1974, em 2010 estaria ao nível de 562 euros e não os 475 euros anunciados. Isto significa uma perda de 15% face ao estabelecido na altura.
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Não sei não... Se me apresentassem estes dois cenários para viver penso que escolheria aquele em que não vivo hoje. Mais livre, com mais perspetivas embora menos desenvolvido, mais seguro e com as finanças em ordem. Parece-me bem...

(Público)

Paul Samuelson (1915-2009)

Um dos pais da economia moderna, e co-autor do livro "Economics", a biblia dos manuais de economia morreu hoje com 94 anos de vida.

SMN aumenta emprego?

O aumento do salário mínimo nacional pode implicar um aumento no nível de emprego, nos mercados em que existe apenas um empregador - monopsónio. Estamos a falar por exemplo de uma fábrica numa determinada terra, em que é o único empregador das pessoas que lá moram.
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Isto acontece porque o custo marginal do trabalho é igual (ao salário mínimo nacional) até um determinado nível de emprego. Como o custo de um trabalhor adicional não vai aumentando (até esse nível) mas fica o mesmo, o empregador tem incentivo para aumentar o nível de emprego até ao ponto em que isso deixe de compensar, que é precisamente aquele nível de emprego que citei acima. O novo ponto de equilibrio no mercado laboral passa um ponto que traduz um maior nível de emprego e um maior nível dos salários.
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Esta questão tem importantes consequências: os lobbys, isto é, os sindicatos ganham argumentos na negociação salarial e sobretudo na imposição ao Governo de um aumento do salário mínimo nacional. Contudo, pode provocar a deslocalização da fábrica, para outro país, onde os custos com o trabalho são mais baixos.

30/11/09

Red Bull Air Race em Lisboa?

Depois de vários rumores, vi a seguinte mensagem no meu facebook, publicada pela Câmara Municipal do Porto:
"Existem informações seguras que o Air Race vai para Lisboa, nos próximos 3 anos, po 12 milhões de euros"
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Acrescenta ainda que:
"Parece que os organizadores do Air Race pedem 12 milhões de euros para 3 anos. O Estado (e as Câmaras) ou paga ou não paga. E se pagar, pode sempre dizer que paga numa dada zona do País e não paga na noutra. No fundo tem sempre de haver uma decisão política para viabilizar o local"
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Porto e Gaia são duas laranjas seguras e com fortes convicções de luta contra a centralidade no país. Num Governo rosa sedeado em Lisboa, também ela rosa, qual será a decisão política? Qual será a decisão de um Governo quem tem sucessivamente preterido o Porto e todas as outras cidades em favor de se realizarem avultados gastos públicos em Lisboa ou que beneficiam quase exclusivamente Lisboa?

24/11/09

Mercado de Trabalho

A taxa de desemprego está nos 9,80% e refere-se ao terceiro trimestre de 2009. Isto traduz um aumento de 0,70 pontos percentuais face ao segundo trimestre e um aumento de 1,10 pontos face aos dados do ano passado.
Considerando apenas o nível de escolaridade superior, a taxa de desemprego encontra-se mais baixa, nos 7,70%. No entanto, apesar de diminuir 0,50 pontos percentuais face a igual período do ano anterior, corresponde a um aumento de 1,80 pontos face ao trimestre anterior.
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Mas o que é realmente assustador é um outro dado. Vou considerar a faixa etária dos 15 aos 24 anos, que em geral abrange os novatos no mercado de trabalho, ou seja, aqueles que estão a entrar ou entraram há pouco tempo. A taxa de desemprego global aqui atinge os 19,20%. No nível de escolaridade superior atinge os 27,50% (!!!). Ou seja, três em cada dez recém licenciados têm o desemprego como destino imediato. É grave e preocupante que recursos tão valiosos não sejam aproveitados e muitas vezes, mesmo quando estão empregados, sejam mal aproveitados. Não basta ter qualificação, não basta ser bom... é preciso que os empregadores sabam dar uso aos seus recursos humanos e tirar o melhor de si. Infelizmente isto também não acontece.

23/11/09

Lógica da Batata

Manuel Alegre diz que quem votou à esquerda não quer ser governado à direita (TSF).
Elementar meu caro Alegre! Da mesma maneira que quem votou à direita não quer ser governado à esquerda.
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Tendo em conta apenas os partidos com assento parlamentar, que representam 93,78% do total dos votos, podemos tecer as seguintes conclusões:
- 39,54% votaram à direita (PSD + CDS)
- 17,69% votaram à esquerda (BE + CDU)
- 36,55% votaram no PS de Sócrates
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Uma vez que o PS de Sócrates não é o PS de Manuel Alegre, estes mais de 36% não são votos na esquerda! São votos numa ideologia muito própria que é dita por muitos como algo indefinido (para não ser extremista) mas que não está definitivamente à esquerda.

Quase... Mas não sou free-rider!

Nos últimos dias andei convencido que sou aquele a que chamam um free-rider! Mas afinal não sou! Ao que parece, apesar de em termos práticos continuar a achar que num determinado assunto sou um free-rider, em termos conceptuais não o sou!
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Desde que terminei os meus estudos, decidi manter o meu cartão de débito da faculdade. Isto porque, apesar de ser amarelo berrante, não obriga ao pagamento de anuidade, o que permite poupar uns trocos por ano para ir lanchar e depois ao cinema! Ou seja, dá-me três anos extra a usufruir de uma condição que já não a possuo. Até aqui tudo normal!
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Mas na semana passada, tal como muitos outros colegas, recebi o cartão internacional de estudante por parte de uma entidade bancária. Só falta activar. "Mas eu já acabei o curso há mais de dois anos... será que posso usufruir dessas vantagens?!", pergunto eu. "Claro que sim! Como ainda utiliza o seu cartão de débito não há problema nenhum!", respondem do outro lado. Burro era eu se não fosse aproveitar a oportunidade usufruir das vantagens de estudantes (cinema, restaurantes, viagens) mas, e aqui está a melhor parte, sem o ser! E claro, posso usufruir destas vantagens nas minhas viagens de lazer!
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Mas para não levantarem ondas por esse lado, devo confessar-vos uma coisa mais... Eu ando a estudar! Não numa universidade portuguesa nem estrangeira, mas a tirar um curso sem aulas e que me confere uma qualificação muito boa e prestigiante na minha área. Portanto, não sou definitivamente um free-rider. Bem vistas as coisas, até mereço o cartão de estudante e as suas vantanges inerentes!

20/11/09

Censura!

Uma reportagem da revista “Sábado”, afirmando que o Estado, as empresas com capital público e as que têm dirigentes conotados com o Partido Socialista, cortaram publicidade em jornais que publicaram escândalos envolvendo o primeiro-ministro, José Sócrates, criou nova polémica política.

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“Esta denúncia e este testemunho do director do jornal ‘Sol’, que diz claramente que recebeu um telefonema de fontes próximas do primeiro-ministro que se não publicasse mais notícias do caso Freeport haveria um banco que resolveria todos os problemas económicos do jornal Sol, é mais uma vez a prova de que meios de comunicação frágeis do ponto de vista económico são mais vulneráveis ao poder político”, declarou Luís Campos Ferreira, deputado do PSD.

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São casos a mais. Sócrates é corrupto e deve demitir-se.

(DN)

17/11/09

Drogas Livres Já!!!

Não! Não fui atingido pelo raio da esquerdalhada (sem ofensa)!!
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Actualmente, é ilegal vender, comprar e deter drogas. Como? Existem multas pesadas para os prevaricadores e isso provoca por um lado uma diminuição da oferta, diminuindo a quantidade oferecida e aumentando o preço, e por outro uma diminuição da procura, diminuindo ainda mais a quantidade e baixando também o preço.
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Com a legalização das drogas o Estado poderia impor uma elevada carga fiscal de modo a diminuir a quantidade procurada (e aumentar o preço, embora não seja esse o problema em questão). É claro que ia sempre existir mercado negro das drogas, contudo, a receita fiscal vinda deste negócio serviria para aumentar a garantia do cumprimento da lei.
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Portanto, a legalização das drogas pode ser um factor de riqueza para o país.

Qual será a desculpa desta vez?

O desemprego registado no final do terceiro trimestre do ano atingiu os pomposos 9,8% em Portugal, um aumento de 40 mil desempregados face ao trimestre anterior, tendo a taxa de desemprego escalado face aos 9,1% dos três meses anteriores e face aos 7,7% do período homólogo do ano anterior.
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É sabido que, por norma, o desemprego reflecte a economia com um período de atraso de 6 meses, portanto era de esperar um aumento do desemprego. No entanto, este aumento acabou por ser superior às estimativas do Governo de 8,8%. Uma diferença de 1 ponto percentual neste domínio só tem um nome: incompetência.
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O desemprego está ao nível mais elevado de sempre, ultrapassando os 9,2% registados em 1986.

Cansado

Relativamente ao casamento entre homossexuais posso divulgar aqui a minha posição: Sou contra. Não por preconceito. Apenas acho que existe uma diferença (não vale a pena dizer que não porque há. É um acto cínico dizer que não há diferença. Não deve é ser recriminada), que não deve ser discriminada, mas que deve dar um tipo diferente de negócio jurídico. Na prática será o mesmo que o casamento, no entanto, a minha grande preocupação é a questão da adopção. Não acho que seja saudável para uma criança crescer num ambiente em que os país são de um só sexo (assim como não acho que seja bom para elas crescerem com a avó, com o avô, somente com a mãe, ou somente com o pai). Vai gerar uma grande confusão nas suas cabeças.
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Mas não é essa questão que quero abordar. Provavelmente sou retrógrado e estou errado. O que gostaria de analisar é a necessidade de haver ou não um referendo sobre o tema. A minha opinião é não. Este assunto já foi debatido, nomeadamente constava nos programas dos partidos que se apresentaram às eleições, e de facto os portugueses parecem estar de acordo com esta medida. Para além disso, o país está em crise e realizou três eleições no mesmo ano, em datas separadas e gastou com isso rios de dinheiro. Não acho que seja responsável gastar mais. Para além disso, penso que a maior parte dos portugueses concorda comigo e estão fartos, cansados de eleições. Portanto, o melhor que posso fazer para não ser adoptado o casamento gay em portugal, é propôr o adiamento da decisão e referendar esta questão mais tarde. Contudo, penso que tal não vai ser necessário e o casamento (na minha opinião) vai mesmo avançar. Mas, como a seguir ao casamento vem a questão da adopção anexada, o argumento do adiamento da decisão pode ir por ai... Veremos...

O trabalhador, evidentemente!

Quem é que paga a maior parte das contribuições para a Segurança Social de um trabalhador?
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Isto é aquilo a que se chama uma tricky question. Se as empresas têm a seu encargo 23,75% do vencimento dos seus colaboradores e os trabalhadores têm a seu encargo apenas 11% do seu vencimento, então será um pouco óbvio afirmar que de facto as empresas é que arrecadam com a maior parte do encargo certo? errado! As empresas, podem efectvamente pagar mais do que o seu trabalhador em termos nominais, já que pagam quase o dobro, mas o que importa analisar aqui é quem suporta a maior parte das consequências. A resposta está no título mas vou sucintamente explicar.
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A questão fundamental é que existe uma taxa de 34,75% que se destina a financiar a Segurança Social. Esta taxa é definida pelo Governo (através da lei) mas a sua incidência não é definida. Aliás, como qualquer taxa ou imposto, o Governo apenas pode definir o que vai ser pago mas não pode definir que vai pagar essa taxa. Apesar desta divisão dos 34,75% em 23,75% a cargo do empregador e de 11% a cargo do trabalhador, os efeitos práticos são os mesmos! Tudo depende da elasticidade das curvas da procura de trabalho (os empregadores) e da oferta de trabalho (os trabalhadores).
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A procura de trabalho é relativamente elástica enquanto que a oferta de trabalho é relativamente inelástica. Isto significa que no caso da procura de trabalho, representada pelas empresas, a quantidade de trabalho procurada vai variar significativamente consoante o nível dos salários. Por sua vez, a oferta de trabalho, representada pelos trabalhadores, vai variar relativamente menos do que a oferta de trabalho face aos nível dos salários.
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Quando assim é, não importa a parte da taxa ou imposto que é definida a cargo do empregador e do trabalhador. Importa sim o valor global dessa taxa, já que o resultado no mercado de trabalho (com a redução da oferta, da procura ou de ambas) será o mesmo para qualquer repartição dos 33,75%. Esse resultado implica sempre uma diminuição do nível de emprego e vai existir um ineficiência no mercado, o chamado deadweight loss.
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Portanto, enquanto a procura de trabalho for relativamente mais elástica do que a oferta de trabalho, serão sempre os trabalhadores a arcar com o maior fardo das contribuições para a segurança social.

Desemprego

Segundo esta notícia do Jornal de Negócios, o José Manuel está desempregado. Como tal, está à procura de emprego, como muitos outros na sua situação. O José Manuel é um jovem com apenas o nono ano de escolaridade. Já recebeu algumas propostas, mas nenhuma acima do actual subsídio de desemprego que está para terminar em breve. Ah! O José Manuel recebe 600 euros por mês de subsídio!
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Qual foi a parte que me escapou? A situação é de facto dramática. Mas infelizmente é situação frequente no mercado de trabalho. O grande problema é que o José Manuel é, segundo os princípios económicos, um exemplo de um agente racional no mercado de trabalho: não aceita trabalhar por menos do que recebe actualmente. No entanto, esta atitude não é racional! Isto porque o seu subsídio vai acabar em breve e José Manuel prefere continuar sem trabalho, mesmo que isso implique a perda do subsídio de desemprego, do que arranjar um emprego, eventualmente temporário, enquanto não arranja outro que lhe pague melhor.
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O que me choca nesta situação é saber que existem licenciados desempregados que nem sequer recebem subsídio de desemprego. Ainda mais é que a maior parte dos recém licenciados, com 22, 23 ou 24 anos, ganha em torno dos 1000 euros brutos. E que muitos deles e muitas ofertas para LICENCIADOS são em torno dos 600 euros, ainda que seja por um determinado período de tempo curto. É justo? E estou a falar da realidade que conheço de perto, os licenciados em economia e gestão, que não são dos que são piores pagos...
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Portanto, José Manuel, se queres um conselho, aceita esses empregos. O teu subsídio está a acabar e depois vai ficar sem nada. Para além disso, podes sempre pensar que é um emprego temporário e que em breve, com a retoma da economia, vais conseguir arranjar outro emprego. E se te serve como motivação, pensa que ganhas quase tanto um recém-licenciado da área da economia.

05/11/09

Prepotente

Os portugueses não aprenderam e voltaram a escolher um prepotente para o Governo. Percebo que Manuela Ferreira Leite foi fraca, mas mesmo assim não justificava a escolha de Sócrates. Devia ser mais humilde e democrata.

Casamento Homossexual

Não deve ser referenciado.
Aliás, nem deveria ser uma prioridade do Governo nesta altura. É bem mais preocupante a questão do desemprego, das dificuldades das PMEs e a segurança de todos nós do que este tema. Mas sendo, e uma vez que esteve no programa do Governo, deve ser decidido pelo Parlamento e não por referendo para gastar ainda mais dinheiro em votações. Pede-se poupança e bom senso. E já agora, alguma preocupação pelos problemas (e não questões culturais ou sociais) do país.

Quem não tem cão...

caça com gato.
Uma vez que não tem maioria absoluta, o PS está a utilizar outras armas que se mostram bastante activas. Jaime Gama deixa Sócrates dizer os disparates que diz, como desejar boa sorte nas futuras intervenções de Pacheco Pereira sem responder devidamente às questões suscitadas. Mas não deixa Ribeiro e Castro intervir.

Ambígua

é o adjectivo de Isabel Alçada.
Fala, fala, mas não diz nada e apenas diz que irá ser concreta.

Mas porquê

que o Primeiro-Ministro vai ao Parlamento dizer que ganhou e que os outros perderam em vez de se preocupar em resolver os problemas do país? Ele não ganhou. Foi apenas o partido mais votado. Porque a oposição pode perfeitamente chumbar qualquer diploma se assim o entender e dar uma verdadeira lição de humildade e democracia ao prepotente José Sócrates.
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Porquê que não responde às questões levantadas pelo Pacheco Pereira sobre um assunto actual e muito importante para o país, que é o caso Face Oculta?

30/10/09

Firme

Paulo Rangel demonstrou ontem na RTP que será definitivamente o líder do PSD. Contudo, não será para já. Rangel anunciou que está fora da corrida e promoveu o nome de Marcelo Rebelo de Sousa. No entanto a sua visão daqueles que devem ser os objectivos fundamentais do PSD e qual deverá ser o seu papel na AR, nomeadamente em relação ao Programa do Governo e Orçamento de Estado, fez antever aquele que será um bom líder para um partido que neste momento precisa de clarificação. Mostrou que, talvez por ser um político da nova geração (em número de anos na política), é uma pessoa íntegra e com valores e afirmou que nem sempre a sua posição pessoal é a mesma do partido e nem sempre a foi enquanto foi líder de bancada.
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A meu ver, Marcelo vai acabar por entrar na corrida pela liderança do partido. Tem reunido vários apoios, mesmo mostrando-se pouco interessado, e o dever de servir o seu partido, tal como sentiu Manuela Ferreira Leite, vai falar mais alto. Não me parece que nesta altura Morais Sarmento tenha perfil. A alternativa seria Aguiar Banco, actual líder de bancada, que poderá apresentar uma candidatura caso quer Marcelo não queria mesmo entrar e visto que Rangel está de fora.
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Pedro Passos Coelho tem perdido alguns pontos e Rangel foi implacável com ele. De facto, a sua imagem tem sido de oposição interna e não de alternativa. Por outro lado, a composição do Parlamento não foi escolhida por si e portanto iria contar com deputados que não estão do seu lado da barricada.
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Como tenho dito, não sou de partidos. Sou de políticas. Posso mesmo acrescentar que já defendi com grande entusiasmo três partidos diferentes, é claro que chegados mais à direita. E este Rangel que vi ontem pareceu-me ser capaz de devolver ao PSD a força que em tempos teve e que agora se encontra bastante fragilizado.

29/10/09

Recrutamento

Vai abrir a grande época de recrutamento das empresas, sobretudo daquelas que virão a ter relações privilegiadas com o Governo português e que, salvo raras excepções, só acontece de quatro em quatro anos. O novo executivo já tomou posse e andam aí ex-ministros sem tacho.

Assim se faz um polítco

Recorrendo à Wikipédia, fonte mais fidedigna que muitos dos jornais sensacionalistas portugueses, Armando Vara "é um político português e administrador bancário". Estudou Filosofia na Universidade Nova de Lisboa, tendo abandonado a universidade sem obter o diploma de licenciatura. Mais tarde obteve o diploma de licenciatura no Curso de Relações Internacionais na agora defunta Universidade Independente, três dias antes da sua nomeação para a Administração da Caixa Geral de Depósitos, cargo que deixou de exercer para assumir a presidência do Banco Comercial Português. Um mês e meio depois de ter abandonado a Caixa Geral de Depósitos para assumir a vice-presidência do Banco Comercial Portugal foi promovido no banco público ao escalão máximo de vencimento, o nível 18, o que terá reflexos para efeitos de reforma."
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Parece-me a mim que até aqui tudo normal. No entanto, esta é apenas uma parte da sua carreira, a profissional, já que a nível político tem um curriculum que se lhe diga. Foi deputado em quatro legislaturas, secretário de Estado da Administração Interna e depois secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna. Entre 1999 e 2000 foi ministro adjunto do primeiro-ministro, antes de passar a ministro da Juventude e Desporto. Como gente importante tem que se lhe diga, para construir a sua moradia decidiu recorrer ao director-geral do GEPI (Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do Ministério da Administração Interna) e a engenheiros que dele dependiam.
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E como político que se preze, teve o seu escândalo em 2000, que o obrigou a pedir a demissão, após ter cometido irregularidades pela Fundação para a Prevenção e Segurança, que fundara no ano anterior. Mas isto não foi suficiente. Armando Vara estava a cair no esquecimento e portanto foi constituido arguido no âmbito da Operação "Face Oculta" da PJ. Actualmente é o número dois do BCP, Vara terá sido apanhado numa escuta a negociar o pagamento de dez mil euros ao empresário Manuel Godinho, o único detido na operação da PJ.
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Infelizmente, assim se conta a vida típica de um político português.

S. Bento vs Belém

A promoção de José Junqueiro na Administração local, mostra que José Sócrates não está minimamente interessado em restaurar as boas relações institucionais que mantinha, antes do Verão de 2009, com o Presidente da República Cavaco Silva. O Cavaco, deve ter sido o PR português mais politicamente correcto e isso tem-lhe trazido alguns dissabores. Ainda assim, faz questão uma vez mais de mostrar a sua cooperação institucional com o PM e o Governo.
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Por sua vez, esta promoção de José Sócrates, constitui um forte indício de que não está minimamente preocupado com qualquer tipo de boas relações com o PR. Recorde-se que José Junqueiro foi quem questionou a alegada participação dos assessores de Belém no programa eleitoral do PSD e esteve ainda na origem da polémica do casos das escutas de Belém, que marcou o Verão de 2009, o acto eleitoral (legislativas e autárquicas) e foi a gota de água que arrasou por completo as relações entre Sócrates e Cavaco.
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Mesmo sem maioria absoluta, o português suave parece estar de partida para dar lugar ao regressado animal político, arrogante sem complexos, José Sócrates versão I.

28/10/09

Prémios nos Bancos

Ricardo Salgado (citado aqui pela TSF), presidente do BES, mostrou-se contra a limitação dos prémios pagos aos administradores dos bancos privados. O seu ponto de vista faz sentido: O Estado não é dono dos bancos privados e como tal não pode interferir na sua gestão. Se o banco tivesse contado com a juda estatal para ser salvo da falência, aí sim faria sentido.
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No entanto, a questão não é assim tão linear. Caso não houvesse intervenção estatal, o BPN e o BPP estavam agora na falência e os seus clientes a arder (o banco em si até merecia falir, dado que não teve nada a ver com a crise internacional). O facto de existir apenas a possibilidade do banco vir a ser salvo pelo Estado, que neste caso era uma certeza, dá toda a legitimidade de impor limites aos prémios dos gestores, se isso prevenir de alguma forma o agravamento da situação de um banco e crescente possibilidade de vir a entrar em falência.
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É que uma coisa é a teoria, que é sempre muito bonita, simples e clara, mas outra coisa são os factos e as circunstâncias actuais.

27/10/09

Números

Investimento provável no TGV: 15 mil milhões de euros (DE)
População em Portugal (2008): 10 627 250 (INE)
Investimento no TGV per capita: 1 441,50 euros
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É este valor que, em média, cada um dos portugueses paga. E neste número estão incluídos recém-nascidos e idosos. Uma família com quatro pessoas terá que desembolsar 5 766 euros. Agora imagine uma família numerosa, como muitas há, de por exemplo 10 pessoas e só com uma ou duas fontes de rendimento: 14 415 euros.
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Qual o retorno, mesmo no longo prazo, deste investimento? Mas há mais. Deste retorno que virá no (muito) longo prazo, será que vai integrar as receitas fiscais e abster os contribuintes de hoje a pagar no futuro? E relativamente às restantes obras públicas megalómanas? Porque é que é nesta altura que Portugal vai fazer tamanho investimento? É que não vai gerar emprego e muito menos combater o desemprego estrutural. Vai gerar emprego a prazo, até ao término destas construções. Não vai original o aparecimento de novas empresas que são quem efectivamente empregam as pessoas.
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Quem está disposto a pagar este montante, que lance já o primeiro argumento de defesa do TGV.
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Pessoalmente acho um insulto a quem passa fome.

26/10/09

Coisas do Oculto

Segundo o Diário Económico, o novo Governo vai passar a incluir novas linhas na rede do TGV: Aveiro-Salamanca e Évora-Faro-Huelva, para além das linhas já consideradas prioritárias de Lisboa-Madrid, Lisboa-Porto e Porto-Vigo.
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Como já tenho vindo aqui a referir, o TGV não vai ligar Portugal à Europa!
Vai:
1. Ligar Portugal a Espanha
2. Permitir que Espanha esteja ligado a uma parte da Europa e a Portugal
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A ligação de Portugal à Europa é feita por vias aéreas, pois mais rápido que o TGV seja, nunca conseguirá competir em termos de tempo com o avião nas distâncias europeias.
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A questão tem a ver com os utilizadores do TGV. Quem são os portugueses que vão utilizar o TGV? Que portugueses vão beneficiar com o TGV? Está-se mesmo a ver...
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Outra questão essencial é a dívida pública em que o país vai incorrer. Com estas duas novas linhas, o investimento vai subir para 15 mil milhões de euros. É demasiado para um país com a dimensão económica de Portugal. Por outro lado, o financiamento do TGV vai impedir que muitas das PME's portuguesas continuem com o acesso ao crédito cortado.
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Se os países nórdicos não precisam do TGV, porque obviamente estão na periferia da Europa (tal como Portugal, embora tenham maior dimensão económica) porquê que nós precisamos? Para ajudar os vizinhos do lado? Para exibicionismo?
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É que há lá coisas...

Invasão

Ao que parece, o novo executivo de José Sócrates quer que as empresas portuguesas aproveitem a recessão em Espanha, que torna os preços mais baratos, e que invistam no país vizinho. Em primeiro lugar, parece-me bem que, ideológicamente falando, se promova a internacionalização das empresas portuguesas. Contudo, há algo que está a falhar.
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A situação em Portugal não está particularmente bem e cabe ao Governo o dever de zelar pela economia portuguesa. Por isso, em primeiro lugar, o Governo deveria promover o investimento das empresas portuguesas em Portugal, pois é necessário criar postos de trabalho e aumentar o dinamismo da economia portuguesa. Em segundo lugar, deve é incentivar as empresas estrangeiras, incluindo as espanholas, a investirem em Portugal e a criarem postos de trabalho que tanto precisamos.

22/10/09

Economia?!?

Vieira da Silva na Economia???

Marketing

Porque é que Saramago é tão polémico no lançamento dos seus livros?!
E eu a pensar que ele era meio senil... não, não! É mesmo publicidade gratuita!

21/10/09

Novo Governo

Infelizmente, Basílio Horta não fará parte do novo governo. O facto de ser militante do CDS-PP hostilizou as hostes do partido socialista e isso foi decisivo para o presidente da AICEP não ser mais uma opção. Basílio Horta já integrou os governos de Mário Soares, Sá Carneiro e Pinto Balsemão e na última legislatura trabalhou em íntima colaboração com o governo Sócrates e de deixou a política activa.
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A boa notícia é a saída de Mário Lino, um verdadeiro personagem da política, que sai sempre bem regado dos almoços e proclama os mais incríveis disparates em tom bilingue. Esperemos que hajam melhorias nas Obras Públicas, mas também na Educação, Justiça e Agricultura, já que neste aspecto Portugal tem perdido rios de fundos à custa da incompetência do actual Ministério da Agricultura.
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Os "homens fortes" do Primeiro-Ministro vão continuar, com Teixeira dos Santos a continuar a ser o super ministro, não pelo número de pastas, mas por efectivamente ser o melhor ministro de Sócrates. Pedro Silva Pereira e Santos Silva devem efectuar uma troca de pastas directa, já que o homem que gosta de malhar na direita não é o indicado para uma legislatura que impõe diálogo e paciência por parte do Governo. Sobretudo por o entendimento relativamente a qualquer assunto basta ser feito com qualquer um dos partidos do centro-direita.
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Só não percebo a hipótese de Vieira da Silva para o ministério das Obras Públicas... Mas será de certeza uma melhoria já que ninguém pode ser pior que o actual...
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Será que Sócrates se preocupa tanto com Lisboa como das restantes regiões do país? deverá fazer entendimentos regionais? O país não é Lisboa e portanto a capital não pode continuar a ser privilegiada como se fosse o país em si...

Trabalho

Dá a sensação que o CDS-PP tem sido o partido mais trabalhador neste arranque de "campeonato" que conta com novos e mais deputados. Ontem, propôs alterações às leis penais.
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O que o CDS pretende é combater o sentimento de insegurança que todos nós sentimos e acabar com a impunidade dos criminosos. Não se admite que um país como Portugal, que se auto proclama desenvolvido e pretende estar à frente em questões de modernidade e no cume do progresso tecnológico que deixe cair por terra questões básicas como a segurança.
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O CDS propôs ainda a criação de uma comissão de Agricultura que não teve oposição do PSD, BE e PCP, e que o PS, sem se comprometer, também afirmou não ter nada contra.

Líder de bancada

Tendo o apoio de 66 dos 71 deputados, José Pedro Aguiar Branco será o próximo líder da bancada do PSD, já que para além do grande apoio que obteve, mais nenhuma candidatura foi entregue no prazo limite.
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Esperemos que, acima de tudo, saiba defender os interesses nacionais enquanto principal partido da oposição, mas que ao mesmo tempo saiba defender os interesses da região do Norte, em particular (e falo por mim) do Porto, já que é esse o seu círculo eleitoral e até agora foi presidente da Assembleia Municipal do Porto.

19/10/09

Cautela, mas Confiança!

Aparentemente, a Bósnia não parece ser uma equipa capaz de apresentar demasiadas dificuldades a Portugal, sendo ainda por cima um jogo a duas mãos. Entre as quatro equipas, devo confessar que tinha um desejo que nos tocasse a Bósnia, por exclusão de partes.
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Começando pela Ucrânia, não é preciso tecer grandes argumentos para se tornar a mais perigosa nesta altura: Shevchenko. Para além disso, teve um bom registo no apuramento, tendo ganho inclusivamente à Inglaterra com um golo solitário.
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A par da Ucrânia, a República da Irlanda era também um dos adversários mais perigosos pois é treinada pela raposa velha, Giovanni Trapattoni. Não perdeu um único jogo no grupo de apuramento e esteve quase a ganhar à Itália. Como o playoff se joga em duas mãos, este não ia ser tarefa fácil.
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A Eslovénia estaria como a Bósnia num dos dois adversários mais acessíveis. Contudo, esteve muito perto de conseguir o segundo lugar, que perdeu para a Eslováquia.
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Quanto à Bósnia não nos podemos esquecer que esteve no grupo da temível Espanha, que arrecadou os 30 pontos possíveis nos 10 jogos efectuados. Deixou para trás a Turquia e a Bélgica, que são advesários de respeito.
(Público)

Pensamento Retrógado

"Mulheres do PS querem um governo mais feminino"
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Se há coisa que me faz confusão é o politicamente correcto do feminismo e o seu estatuto de conceito de luta contra o machismo. Não. A oposição ao machismo deve ser feita pela igualdade e não pela discriminação positiva da mulher. A Mulher deve ser equiparada ao Homem, apesar de existirem diferenças entre ambos, com defeitos e qualidades para ambos os lados.
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Portanto, não são aceitável frases como "queremos um governo mais feminino", que são completamente discriminatórias e não fazem sentido. O que nós todos queremos é um governo do mais competente possível, seja ele composto 100% por mulheres ou 100% por homens. Não é o género que está em questão mas sim a competência. Portanto, deixemo-nos desta tanga da conversa de mais mulheres no que quer que seja pois o que queremos é melhores profissionais, sem olhar ao sexo da pessoa em questão. Existem práticas discriminatórias, nomeadamente negativas contra as mulheres? Existem. Mas isso deve ser combatido em vez de se promover discriminação positiva a favor da mulher.
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Outro caso que me choca é a lei da paridade. As mulheres devem estar no Parlamento pelo seu mérito (mesmo que em tempos isso não tenha sido cumprido) e não pela lei. A meu ver, é algo que de certo modo envergonha as mulheres e conheço casos concretos.

Economia às direitas

Um dos nomes mais falados para a pasta da Economia do novo Governo é o de Basílio Horta. Para além de ser presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Basílio Horta é conhecido por ser do partido do CDS-PP e já desempenhou cargos governativos nos Governos de Mário Soáres e Francisco Sá Carneiro enquanto Ministro do Comércio e Turismo, e em dois Governos de Francisco Pinto Balsemão, sendo Ministro de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro num deles e Ministro da Agricultura, Comércio e Pescas no outro.
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Isto significa que, caso se verifique este nome para uma das pastas que mais se tem especulado, José Sócrates pode estar a pensar em aproximar-se mais à direita nos temas económicos. À partida, estas podem ser boas notícias, não só pelo Curriculum do próprio Basílio Horta mas também pela Economia ser dirigida sob os princípios mais à direita.

16/10/09

Estatísticas

É só para inglês ver. Exames mais fáceis e obrigatoriedade de passar de ano alunos pela sua "avançada" idade são medidas que têm como objectivo único melhorar as estatísticas da Educação, e enganando alunos, pais e portugueses, mas que de facto em pouco ou nada contribui para a resolução do problema da educação.
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Mas ainda assim há quem não consiga passar de ano e esteja em risco de abandono escolar... Aposto que José Sócrates já estará a pensar em medidas alternativas. Talvez com exames ao domingo consiga fazer passar esta malta... Será que Isabel Alçada vai cair na esparrela?

Exagerar

Os extremos são indesejáveis. Em primeiro lugar, antes de comentar seja o que for, tenho que dizer que sou favorável ao aborto. Mas a um aborto responsável e considero que é preferível fazê-lo em condições seguras do que em condições deploráveis como muitas mulheres fizeram na altura em que este era ilegal.
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No entanto, efectuar 15 abortos em 17 anos não é responsável. O aborto não é um método de contracepção mas uma medida excepcional para interromper uma gravidez indesejada... e não quase uma por ano em 17 anos.
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Quando aparecem casos como este, fico verdadeiramente chocado do modo como existem pessoas que maltratam desta forma o seu próprio corpo. Só não digo do corpo e vida dos outros, porque segundo estudos sobre o assunto, existe vida no feto logo após a concepção e não há certezas de quando isso ocorre (penso eu...).

15/10/09

Falhanço dos Pequenos

O MMS e o MEP pertenceram à classe dos derrotados eleitorais deste ciclo recente. No entanto, chamar "derrotados" pode ser uma palavra muito forte, talvez inflacionada pela expectativa positiva que causou aquando da sua participação nas eleições europeias.
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Em relação ao MEP, o sucesso das europeias teve muito a ver com o facto da sua candidata ser Laurinda Alves. O Rui Marques, por mais mérito que tenha, não consegue causar tanto impacto quanto uma cabeça de cartaz como a Laurinda Alves. A falta de nomes que transmita confiança às pessoas, independente,ente de apresentar as mais válidas propostas.
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O caso do MMS é um pouco diferente já que nem nas europeias apresentaram um candidato de renome. A meu ver, tem a ver com a desilusão da sua campanha política depois de terem deixado bons indicadores nas europeias. Para vos ser sincero, eu estava extremamente confiante que o MMS iria crescer e iria tornar-se num partido de referência nos próximos anos, mas agora não tenho tanta confiança. E esta falta de confiança surgiu muito antes das legislativas. Nas (poucas) oportunidades que tiveram, ao contrário de Rui Marques, não conseguiram transmitir o seu programa eleitoral com clareza e objectividade. Apesar de ser o programa que provavelmente eu mais concordo. No entanto, a política não é feita de programas mas sim de acção. O MMS não conseguiu passar à acção. Falta-lhe carisma de combate político. Se quer ganhar eleitorado tem que ser mais conciso. Definir bem a sua área de actuação e mostrar que é uma alternativa através de um posicionamento de centro-direita moderna e que difere quer do PSD quer do CDS.
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Quanto ao argumento que apresentam para justificar o seu falhanço (segundo os mesmos) é a falta de cobertura mediática. Rui Marques pode queixar-se mas o MMS de Eduardo Correia não. o líder do MEP soube aproveitar os escassos momentos que teve oportunidade para disseminar a palavra do MEP. Soube fazer campanha e ir ao encontro das pessoas. O MMS não. Preferiu esperar que as pessoas fossem a eles e isso não resulta.

14/10/09

Será assim tão difícil?

Porquê que a natalidade está a diminuir?
Em primeiro lugar, e estou a falar de uma classe mais baixa, será pelo facto de não terem condições laborais estáveis que lhes permitam fazer planos a prazo. Os casais que pretendem ter filhos, ou não os têm ou têm um em vez de dois. É lógico que a questão não se trata em oferecer dinheiro para os humanos se reproduzirem e muito menos 200 eurecos que só podem ser movimentados aos 18 anos. Terá que haver um incentivo através de deduções fiscais.
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Aqui, devem poder ser deduzidas no IRS as despesas com fraldas e alimentação dos bebés até a um montante máximo (calculando em média quais as despesas para um bebé típico). Sim, o Estado deixa de receber parte da sua receita fiscal, mas deve considerar como um "pequeno investimento" na demografia portuguesa.
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Apoio autárquico a pessoas com este tipo de necessidade: sobretudo alimentação e fraldas para os bebés (podendo alargar-se a outros níveis, embora isso seja outro tema). Existem inúmeras instituições que ajudam diversas pessoas com menos recursos. Penso que a Câmara deveria promover e coordenar as necessidades existentes na cidade. Isto é, criar uma entidade que coordenasse os esforços das diversas instituições e não promover o apoio por assim dizer. É uma ideia um pouco verde e que necessita de amadurecer, embora acho que seria positivo um debate em torno dela.

"Mudar é preciso" - Blasfémias

O Carlos Abreu Amorim iniciou uma discussão acerca da liderança do PSD no Blasfémias. Ver aqui

Não, obrigado

A Maitê Proença bem pode ficar-se pelas Terras de Vera Cruz. o português está sempre a queixar-se e até goza com o seu próprio país, mas não admite que mais ninguém goze ou "brinque". Mas, vendo bem as coisas, quem saiu ridicularizada foi a própria Maitê, que tinha um certo nível entre os portugueses, e faz figuras daquelas para além de passar a ela mesma um atestado de ignorância.
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Portanto, cara Maitê, já que os brasileiros do seu Brásiu são tão bons (mas só a jogar à bola...), cê pode ficar por aí e não meúgar maiss os portuguezes.
PS: Aproveite e veja se saia dos nossos televisores... e não, nós não a consideramos portuguesas por ter raízes remotas e antepassadas.

13/10/09

Não renasceu...

Fugindo um bocadinho aos temas políticos, gostava de dar uma achega no domínio do futebol! O jornal Público diz hoje que Pedro Mendes, aos 30 anos, renasceu para a selecção nacional. Eu não concordo. Pelo simples facto que Pedro Mendes sempre esteve à disposição da selecção e os treinadores simplesmente se esqueceram que ele existia!
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E acrescento: Aquele negócio do Porto comprar o Postiga por 8 milhões de euros e entregar o Pedro Mendes deve ter sido o pior negócio de sempre do Pinto da Costa. Pedro Mendes, que na altura eu tanto referi, era uma certeza da continuidade de uma meio-campo batalhador que estava a ser desintegrado com a saída de Deco e a cada vez mais próxima saída de Maniche e Costinha. Restava o guerreiro Mendes, que certamente seria um dos esteiros da equipa portista.
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Relativamente ao momento actual, a escolha entre Pedro Mendes e Pepe passa única e exclusivamente pelo tipo de jogo que Carlos Queirós quer imprimir. Pedro Mendes não é um central mas ataque e defende muito bem e faz a transicção de um modo quase perfeito. Já Pepe tem muitas limitações ofensivas, tirando a questão das bolas paradas, apesar de ser um terceiro central à frente da defesa. Na minha opinião, em qualquer jogo deste grupo, deveria ter sido utilizado um jogador de meio-campo, um trinco, e não um defesa central, apesar de todo o mérito que Pepe tem.
(e abro assim uma excepção quanto ao facto de se misturar política com o futebol, embora seja apenas no blog e não nos posts!)

Grave

"Henrique Monteiro, director do Expresso, trouxe para o debate a ideia de que o e-email com a informação de troca de mensagens entre jornalistas, motivo central da manchete do Diário de Notícias, teve proveniência política."
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Obviamente qual será a motivação de uma fonte política reencaminhar o referido e-mail para as redações dos jornais? Seja de quem for, PR, PM, Governo, ou qualquer outro dos partidos políticos é uma tentativa de aproveitamento político. Apesar da demagogia de que "se uma notícia está pronta têm que ir para o ar", sem ter em conta qualquer timing de eleições, a verdade é que todos os que comentaram o caso nas suas publicações, sobretudo o DN e o Público, contribuíram activamente para a introdução de um elemento adicional na discussão política que veio enviesar possívelmente os resultados, que podiam dar mais votos a A ou a B (isso não interessa). No fundo, fizeram exactamente o que a fonte política pretendia.

Novo ciclo no PSD

Começa hoje um novo ciclo na vida do PSD. Terminados os três actos eleitorais do ano, é altura de analisar internamente os resultados e iniciar novas movimentações. A meu ver, é extremamente importante que o PSD diga qual é o seu líder. E uma vez que são cada vez mais as vozes de contestação a Manuela Ferreira Leite, é essencial que escolham o seu líder. Se Ferreira Leite pretende continuar a ser a líder do seu partido, convoca na mesma eleições e candidata-se, e fica efectuado o tira teimas na liderança do partido. Os vencidos têm que se conformar com os resultados e depois, o mais importante, unirem-se enquanto partido e tratar das questões essenciais e pensar já no futuro. É que só com um partido unido, como é o PS, é que o PSD conseguirá obter resultados eleitorais.

12/10/09

Porto

Rui Rio conquistou definitivamente os portuenses. E a prova que não foi apenas demérito na candidatura de Elisa Ferreira é que não ouve um desvio de votos para o PCP ou para o BE. Rui Rio até melhorou os resultados obtidos há 4 anos atrás, reforçando assim a sua maioria absoluta.
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O Presidente da CM do Porto apelou ainda a José Sócrates e ao futuro Governo para o encararem não "como adversário político, mas como parceiro para o desenvolvimento do Porto", o que mostra a sua vontade de descentralizar o país e alargar os centros de decisão também para o Norte. O mesmo discurso foi efectuado por Menezes em Gaia, embora não se dirigindo directamente para Sócrates.
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Elisa Ferreira, apesar de não impedir Rui Rio de alcançar a maioria absoluta, considera-se uma vencedora. Não assume que a dupla candidatura ao Porto e a Bruxelas a tenha prejudicado, mas sim a ausência de debate político. Tal como disse, não ficará no Porto, mas diz que vai ficar uma equipa que dará um contributo sério para a cidade. Quem não cooncorda com este discurso (para além de mim próprio) é o líder da concelhia do PS do Porto que culpa a candidata pela derrota no Porto, alegando uma oportunidade perdida.
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Contudo, José Sócrates, considera que Elisa Ferreira era o melhor candidato que o PS podia ter na abordagem à CM do Porto. Que se entendam!

Vencedores e Derrotados

Alguns Vencedores:
- Rui Rio (PSD - Porto)
- Luís Filipe Menezes (PSD - Gaia)
- Valentim Loureiro (Ind - Gondomar)
- Isaltino Morais (Ind - Oeiras)
- Fernando Seara (PSD - Sintra)
- António Costa (PS - Lisboa)
- Macário Correia (PSD - Faro)
- Moita Flores (PSD - Santarém)
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Alguns Derrotados:
- Fátima Felgueiras (Ind - Felgueiras)
- Avelino Ferreira Torres (Ind - Marco de Canaveses)
- Narciso Miranda (Ind - Matosinhos)
- Isabel Damasceno (PSD - Leiria)
- Elisa Ferreira (PS - Porto)
- Ana Gomes (PS - Sintra)
- BE em Porto e Lisboa
- Candidatas Europeias a Gamelas
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Autárquicas

Não se pode dizer que o PS ou o PSD tenha saído vencedor. A meu ver, foram essencialmente os autarcas que ganharam e os candidatos a autarcas que não atingiram esse objectivo que perderam. Apesar de tudo, a têndencia mostra um crescimento do PS apesar do PSD ter mantido o maior número de Câmaras.
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Em relação aos outros três partidos, o CDS reclama mérito em algumas vitórias da coligação com o PSD, manteve a CM de Ponte de Lima mesmo sem Daniel Campelo e aumentou o número de votos. Contudo, não é de longe uma vitória como aquela alcançada nas legislativas. BE, partido que nasceu nas cidades não conseguiu eleger nenhum vereador no Porto e em Lisboa, tendo assumido essa derrota. Poderá confirmar a minha ideia que é um partido da moda e cujo crescimento poderá abrandar núm futuro próximo. Já o PCP continua a ser a terceira força autárquica, não só pelas suas Câmaras (concentradas regionalmente) mas também pelos vereadores elegidos. No entanto, perdeu em Aljustrel, Beja e Marinha Grande.
(Num comentário de um leitor do blog fui informado que Alcacer do Sal é do PS desde 2005).

09/10/09

Imparcialidade

O Jornal Público, hoje, está cheio de imparcialidade (sim, mais do que o normal) relativamente a Rui Rio. Sem grande esforço encontrei duas notícias bastante suspeitas (esta e esta), passando uma mensagem de esperança relativamente à candidatura de Elisa Ferreira. Claro está que por curiosidade, fui ver qual era o nome dos jornalistas em causa. Confirmando as minhas suspeitas, foi a mesma Margarida Gomes que assinou as duas notícias.
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Como não sou pessoa de perseguir ninguém, não vou estar à procura de todas as notícias assinadas pela visada, mas claro está que sempre que ler uma opinião numa notícia do Público acerca da cidade do Porto, Margarida Gomes é o nome que me virá à cabeça.

Mas só se...

Uma análise detalhada assim o indicar.
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Pois, todos nós já percebemos que Elisa Ferreira não quer fazer nada que possa ferir o contentamento dos portuenses... mas se os estudos e análises detalhadas assim o indicarem... ela não vai ter outra hipótese. Esta é a desculpa, utilizada pela primeira vez no debate de ontem, que Elisa Ferreira pretende utilizar para, na remota hipótese de ser eleita, poder esquecer as promessas que fez.
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O mercado do Bolhão não tem condições para continuar como está, mas Rui Rio, como é óbvio, não quer destruir o mercado mas sim recuperá-lo e dar-lhe as dignas condições que merece. Elisa não, quer deixa-lo ao abandono e com o estado deplorável em que se encontra.

Aleixo

Rui Rio
Quer demolir o bairro e dispersar a população por diferentes zonas da cidade e evitar a concentração de pessoas em zonas problemáticas. Com o dinheiro que vai conseguir no Aleixo, ao permitir novas construções a promotores imobiliários, vai reabilitar outros bairros da cidade e construir novas habitações para esta gente.
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Elisa Ferreira
Desde o início que defende que não vai demolir o bairro do Aleixo ao ponto de prometer isso mesmo à população lá residente. No entanto, no debate de ontem referiu que vai manter o Aleixo se depois de uma análise detalhada a conclusão for essa. Parece-me a mim que essa análise detalhada foi feita por Rui Rio e que Elisa Ferreira concorda com ele, mas por motivos de eleitoralismo, promete o que não vai cumprir e introduz agora novos elementos no discurso.
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Rui Sá
Quer demolir o bairro e construir um novo bairro lá, sem construções em altura, e cujo financiamento será efectuado com recurso à banca. A única proposta alternativa que é concreta àquela apresentada por Rui Rio.
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João Teixeira Lopes
É contra a demolição, e quer efectuar um referendo local para ouvir a população do bairro. Chegou a falar na alternativa de umas salas de chuto, ou mais requintado, salas de injecção assistida. De qualquer modo, não consegue concretizar o que quer fazer transmitindo a ideia que realmente não sabe ao certo p que quer.
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João Pinto
Passa despercebido, mas é o candidato do PCTP / MRPP à Câmara Municipal do Porto. Pouco mais há a dizer... Não tem alternativa para o Aleixo a não ser a implementação de elevadores nas torres. Num debate anterior chegou a dizer que deveriam votar neles porque nunca tiveram responsabilidades na CMP. Pois... por si só, esse é um excelente argumento para continuar a não ter responsabilidades...

Ora digam lá?

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Certamente estes jornalistas estão um pouco confusos também. Como é que Elisa Ferreira, à partida ou à chegada, tinha mais condições para vencer as autárquicas que Rui Rio? O presidente da CMP fez uma obra na cidade como há muito não se via. Ganhou o respeito dos portuenses apesar de não ter papas na língua, que muitas vezes jogam contra ele.
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Rui Rio, à partida e em condições normais, tem todas as condições para ser reeleito com uma maioria absoluta e com vantagem dilatada sobre os demais candidatos.

Baralhada!

Elisa Ferreira está baralhada depois de dizer que Rui Rio insultou os promotores imobiliários do Parque da Cidade por estarem na sua na sua comissão de honra. Rui Rio constatou um facto! Se quer saber o que é um insulto, o melhor é ouvir o que Pedro Abrunhosa e Pinto da Costa têm a dizer acerca de Rui Rio. Talvez seja mais esclarecedor!
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Já agora, Elisa, não há nenhum mal em ter na comissão de honra os promotores imobiliários, tirando um pequeno detalhe chamado de CONFLITO DE INTERESSES (que como economista licenciada na FEP devia ter a obrigação de saber).

Mentirosa!

Elisa Ferreira foi dizer às pessoas nos bairros sociais que o dinheiro que reabilitou os seus blocos veio do Partido Socialista.

Renegociar

Esta é a palavra de ordem do Bloco na questão dos terrenos do Parque da Cidade.
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Fica a pergunta: O quê? Com quem? Como?
e já agora, quando e onde?

Bloco continua irracional

João Teixeira Lopes, quem dá a cara pelo Bloco nas autárquicas do Porto, continua a campanha bloquista de rejeitar tudo o que é privado. Ora, sendo o bloco um partido de (extrema) esquerda, deveria saber que em primeiro estão os interesses de nós os portuenses. Como tal, para nós é indiferente quem seja o dono e que a gestão seja pública ou privada. Nós queremos é que a cidade ofereça os melhores equipamentos, geridos da melhor forma possível e acessíveis a todos. Para melhor se perceber, estamo-nos completamente nas tintas para o facto da gestão do Palácio de Cristal ou do Rivoli ser pública ou privada, queremos é que seja eficiente. Que eu saiba, o Norte Shopping é privado e eu não vejo o Belmiro de Azevedo à porta a cobrar bilhetes...
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Em relação ao caso das Águas do Porto, eu bem sei que os dirigentes do bloco gostariam de ganhar aquela quantia, assim como eu, mas só com muito trabalho e reconhecimento. Mas por favor, estudem melhor as leis, pois vencimento é uma coisa e prestação de serviços é outra! Onde está a ilegalidade? Pois...
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Ainda em relação a este caso, é preferível que a mina de água de Aldoar vá ter a uma praia, frequentada e onde pessoas mergulham naquelas águas, ou que vá ter a um charco dentro do parque da cidade, onde ninguém se banha?! Vamos lá por as ideias no lugar!

Aproveitadora

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Se há coisa que marcou pela negativa a entrada de Rui Rio na CMP foi a sua agressividade para com o FC Porto. Se não fosse o seu extraordinário trabalho na cidade, ficaria marcado e a sua vida política no Porto estava arruinada! Portanto, como é que Elisa Ferreira pode afirmar que Rui Rio beneficiou com isso?! E como é possível ela afirmar que os portistas souberam separar a política do futebol e continuam a votar nele mas os benfiquistas não separaram e a imagem de Rui Rio junto destes melhorou?!
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Elisa Ferreira, há muito mais vida para além do futebol! Deixe-se de intrigas (em norma, própria das mulheres) e vá directa ao assunto. Já todos percebemos que o que Elisa quer é beneficiar do facto de publicamente ser do FC Porto.

08/10/09

Na curva descendente!

Elisa Ferreira não pára de surpreender. Agora, depois de saber os resultados das últimas sondagens que dão crescimento a Rui Rio, diz novamente que Rui Rio está a pôr-se a jeito para suceder a Manuela Ferreira Leite. Eu nunca vi ninguém socialista, ainda que não seja militante do PS, tão preocupada com a vida interna do PSD como Elisa Ferreira!
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Ela bem quer que Rui Rio vá para a presidência do partido, mas este vai ser um desmancha prazeres e não lhe vai fazer a vontade. E todos os portuenses sabem disso! Mas Elisa, continua na sua campanha de política pela negativa a tentar deitar abaixo Rui Rio. Mas terá que pedir algumas lições ao (pseudo?) Engenheiro José Sócrates de "bota-abaixo" político pois ela não tem jeitinho nenhum. Em vez de prejudicar o adversário, só se enterra!
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Elisa Ferreira está cada vez mais na curva descendente. Tem sorte que as eleições são já no Domingo, pois eu tenho a ideia que Rui Rio ganha pontos à medida que o tempo passa, ao contrário de Elisa Ferreira.
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Em jeito de conclusão, convém notar que as sondagens dão conta que os votantes de Rui Rio e de Rui Sá são aqueles que maior certeza têm relativamente às suas intenções de voto. Outra coisa não seria de esperar pois são os dois candidatos mais sérios, ainda que com ideias totalmente diferentes.

Voto Electrónico

Mesmo em Portugal, a ideia do voto electrónico (em regime de não exclusividade) não seria disparatada. A pouco e pouco, seria possível diminuir o número de secções de voto em cada centro de voto (mas não diminuir os próprios centros) e com isto diminuir os avultados gastos com as eleições.
Adicionalmente, para combater a abstenção, penso que seria boa ideia atribuir uma pequena isenção fiscal a quem vai votar (ou penalizar fiscalmente, embora simbolicamente que não vai).

Justificação Forçada!

"Arrepender-me--ia muito de aparecer no Porto como alguém que vem para aqui porque não tem mais nada que fazer. E tinha muito receio de, apesar de ser professora na Faculdade de Economia do Porto, uma vez que as pessoas me reconhecem como deputada europeia, transmitir a ideia de que vinha para o Porto porque não tinha alternativa." (iOnline)

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Palavras para quê? Não consegue ser convincente! Será que ela acha que tem uma vida tão desinteressante que pensa mesmo aquilo que acabou dizer?! É bem capaz... Mas se é professora na Faculdade de Economia do Porto (quer dizer... tem dias.... quando não tinha a gamela!), como faz questão de dizer, a justificação um tanto ou nada forçada, perde todo o sentido de ser!
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E ainda por cima é caluniosa! Toda a gente sabe que ela está em duas frentes e com estas declarações está a tentar atacar Rui Rio pela única via que não pode! É que é preciso ter uma moral... Ou melhor, Elisa Ferreira, sabe e sempre soube desde o início, que ela nunca acreditou que iria ganhar a CMP, caso contrário só se cadidatava ao Porto e nunca ao Parlamento Europeu. Mas como sabia que não vai ganhar no Domingo, o melhor foi assegurar a gamela que tanto aprecia.

Pobre de espírito

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É triste ver o desespero de uma derrotada anunciada! A barbaridade implícita na primeira frase é completamente falsa, já que muitos dos portistas que eu conheço, incluindo eu, apesar de inicialmente terem muitas reservas quanto a Rui Rio por ter entrado a matar, o seu trabalho conquistou os portuenses, portistas ou não. Elisa diz também que "Rui Rio tem o apoio de 6 milhões de benfiquistas", numa tentativa humilhante de tentar mover os portistas a votar nela. O que a pobrezinha não faz ideia é que o efeito provável não será o que ela deseja mas o contrário: Os benfiquistas que a ouçam dizer que é uma postista declarada, não vão votar nela! Está a tentar fazer política através do futebol e só tem a perder com isso.

07/10/09

RSI é Perverso

Não existem muitos fundamentos económicos a favor do RSI, tendo em conta o objectivo social que se pretende atingir. A explicação neoclássica do tema é bastante elucidativa, apesar de todas as limitações em que incorre. Supondo que o indivíduo tem uma restrição temporal para distribuir por horas de lazer e horas de trabalho e uma restrição orçamental que traduz os seus rendimentos, ele vai maximizar a sua utilidade.
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Caso não exista RSI, o indivíduo vai trabalhar um número X de horas, já que esta é a que lhe confere a melhor combinação entre tempos de lazer e salário recebido. Contudo, a introdução de um limite salarial mínimo pode ter um efeito perverso no mercado de trabalho. Vamos imaginar que a esse nível corresponde um salário de A euros. Para cada salário abaixo deste nível o Estado irá devolver a diferença. O que acontece é que não existe incentivo para trabalhar abaixo desse salário A, já que trabalhando mais ou menos, o rendimento final irá ser sempre o mesmo. Assim, o salário terá que ser suficientemente alto para que o indivíduo tenha incentivo em integrar o mercado de trabalho.
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Neste sentido, o Rendimento Social de Inserção é, nos moldes actuais, económica e socialmente ineficaz e ineficiente. É ineficaz pois não é atingida a inclusão social, sendo um incentivo para que o indivíduo não integre o mercado de trabalho, e ineficiente pois não está a utilizar da melhor forma os fundos públicos para atingir o objectivo proposto. O caminho a seguir passa pela efectiva alocação dos recursos humanos qualificados em postos de trabalho adequados e pela formação dos recursos não qualificados.
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Claro está que este não é o caso geral, mas sim de grande parte das pessoas, e só se aplica às pessoas que estão em condições de trabalhar. Não querendo ser tão radical, considero que a entrega do RSI a troco de trabalho público (ou mesmo privado, segundo outros acordos) seria benéfico para o país.