14/08/09

Crescemos! Mas...

Na realidade é meia-verdade, meia-mentira! Como disse num post anterior crescemos mas foi somente em relação ao trimestre anterior. Em termos homólogos, o que realmente interessa , registamos uma contracção de 3,7%.
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Apesar disto, a taxa de desemprego elevou-se dos 8,9% registados no primeiro trimestre do ano para 9,1% (aqui e aqui), segundo dados divulgados pelo INE. Podemos dizer que o Governo falhou redondamente as suas estimativas, já que apontava para uma redução da taxa de desemprego para 8,8%. Os analistas consultados pela agência Lusa estavam mais optimistas e esperavam um aumento da taxa para 8,9% enquanto que o FMI tinha traçado um cenário mais negro do que foi a realidade, com uma taxa de desemprego de 9,6%. A Comissão Europeia acertou na mouche e avançou com uma estimativa de precisamente 9,1%.
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"O Alentejo é a região portuguesa com a taxa de desemprego mais elevada (11,3 por cento), seguida do Norte (10,5 por cento). Ainda acima da média nacional está a região de Lisboa (9,4 por cento). O Centro é a região que assegura o menor ritmo de destruição de postos de trabalho.O aumento do desemprego foi particularmente visível entre a população com 25 a 34 anos e com 45 ou mais anos de idade." (Público)
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Não é contra-senso que a economia recupere e o desemprego se agrave. Muito antes pelo contrário, já que a taxa de desemprego é um indicador "lagging", ou seja, demora um determinado período de tempo a reagir. Em termos simplistas, a economia recupera e passado algum tempo, quando as empresas ganham força, admitem mais pessoal (e dispensam menos). Quando a economia se agrava, as empresas aguentam algum tempo até que tenham que cortar postos de trabalho.
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Preocupante, é esta situação descrita aqui...
Porque estamos sujeitos e conheço quem conviva com esta desagravel situação...
"O número de desempregados sem qualquer subsídio de desemprego está a crescer ao dobro da subida do desemprego. Em Maio passado, o desemprego registado cresceu 27,6 por cento face ao mesmo período de 2008. Mas, com base nos dados do Ministério do Trabalho, o número dos desempregados em busca de novo emprego e que não recebem subsídio aumentou 53 por cento." (via Público)

Vocês são uma vergonha...

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Adquiriu uma natureza muito perversa. São incidentes como o deste que levam as pessoas a não acreditarem na política. Pessoalmente, eu acredito, mas não acredito na maioria dos políticos que temos. São mesquinhos. Fazem política pela negativa. Os discursos eleitorais, inevitavelmente, têm que falar mal e criticar os adversários políticos caso contrário não é um bom discurso.
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Se assistirmos aos debates na AR, ainda pior! Em vez de utilizarem o precioso tempo que têm para se apresentar e/ou defender propostas, não... esse tempo é gasto para criticar, julgar, até mesmo ameaçar os seus oponentes. Em suma, estão lá a lavar roupa suja em público em vez de protagonizarem debates construtivos.
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Vale a pena ir votar? Se acredita em algum partido, por mais pequeno e insignificante, vale. Mas se não acredita em ninguém então de facto estes políticos mostram que não vale a pena... Construa uma lista e candidate-se!

13/08/09

Na corda bamba

Os mercados accionistas andam neste momento na corda bamba. Diversos economistas e especialistas não acham que o momento seja propício.
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A minha opinião, que vale o que vale, é que de facto o melhor é esperar e não investir já no mercado accionista. Nem mesmo através dos serviços profissionais! Isto porque em Portugal, a maioria dos fundos está altamente correlacionado com os mercados e os que não estão incorrem num nível de risco bastante elevado.
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Nesta altura, a maioria dos padrões técnicos utilizados não funciona (já para não falar que por vezes só funcionam ex-post)! Nesta altura, a economia está intimamente relacionada com os mercados e atravessa uma proofunda recessão não vista em muitos anos. Ou seja, para além de incorporar as dinâmicas actuais dos mercados tem que er em conta a realidade de um "crash" como o que ocorreu. Ou seja, algo nunca antes visto no passado (na altura do crash de 1929 as estruturas de mercado eram outras, não as actuais) o que causa muitas dificuldades a que utiliza dados do passado para efectuar previsões e estimativas do futuro.
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Se quiser aceitar uma dica minha: não invista já! Espere algum tempo até a economia começar de facto a recuperar. Pode não apanhar o preço mais baixo, e o comboio já ir a meio, mas ao menos sabe que apanhou o comboio certo.
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Por falar em investimento, apesar do melhor momento poder já ter passado, o melhor é investir em obrigações puras (e não esses fundos de obrigações negociados em mercado secundário e que não garantem rentabilidade mínima). Em especial as obrigações de empresas sólidas (com bom rating) e em especial os bancos. Ou acreditam que algum banco sólido em Portugal vai cair? Não... o Governo não deixa! É como um depósito a prazo, mas com rentabilidade superior e igual nível de risco.
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Se quiser investir em obrigações, vá já e a correr para ver se chega a tempo. Se quiser correr maior risco e investir em acções ou futuros de índices de acções, então espere. Deixe o mercado ganhar fôlego e ganhar sustentação económica.

Aproveitar o Balanço

As primeiras suspeitas de que a recessão está a acabar ganharam hoje mais força. De acordo com os dados avançados pelo Eurostat (citados aqui), a economia da União Europeia abrandou o ritmo de contracção no segundo trimestre do ano para 0,3%. Já na Zona Euro a contracção foi de apenas 0,1%.
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Um dos destaques vai para Portugal, já que a economia nacional cresceu nos três meses terminados em Junho! O Produto Interno Bruto aumentou 0,3%, o mesmo crescimento registado em França, Alemanha e Grécia. A Eslováquia atingiu um crescimento de 2,2%. O crescimento português surpreendeu os economistas que estavam a contar com uma contracção de 0,6% do PIB.
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Sem se conhecer ainda os dados referentes a Espanha, o Reino Unido contraiu 0,8% e a Holanda 0,9%. Mas a pressionar a economia europeia estão economias da Lituânia (-12,3%), Estónia (-3,7%), Hungria (-2,1%), Letónia (-1,6%) e Roménia (-1,2%).
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Ainda que em termos práticos não se sinta já o efeito, sobretudo nos desempregados, são boas notícias para os portugueses. Isto quer dizer que a economia está a fazer melhor que a média dos seus parceiros da União Europeia e da Zona Euro. Agora que se evitou a contracção da economia no segundo trimestre, resta agora batalhar para retomar o crescimento em termos homólogos, pois o PIB ainda está 3,7% daquele registado em igual período de 2008.
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Mas isto não basta. Agora é necessário aproveitar o crescimento e dinamizar o país. promover políticas de emprego e de apoio às PMEs. Para mim os dois vectores mais preocupantes do nosso país.
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Em relação ao emprego, porque é preocupante que jovens, mesmo os recém licenciados, estejam com muitas dificuldades para arranjar emprego. Mesmo em áreas que tradicionalmente não estavam sobrelotadas. Uma das razões é a vulgarização da licenciatura... Não é o mesmo que há uns 5 ou 10 anos atrás. E agora com o processo de Bolonha ainda pior. Temos uma população cada vez mais qualificada (em título e não necessáriamente em conhecimento e formação) para um mercado muito estático mesmo em áreas "quentes" como a auditoria e consultoria.
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Não menos preocupante é os trabalhadores das fábricas, com 40 e 50 anos que perdem de um momento para o outro o emprego. A velha questão de serem demasiado novos para a reforma e demasiado velhos para trabalhar (em Portugal...). É preciso aproveitar essa mão-de-obra que pode não ser qualificada mas é especializada em algo.
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Em relação às PME's, o tema que considero mais importante na actualidade, porque representam cerca de 90% da massa empresarial do país. São elas que mais contribuem para a economia nacional, em conjunto, e que são responsáveis pelo emprego da maior parte dos portugueses. Os programas de apoio que existem são bem vindos, mas não se destinam a ajudar as empresas que estão com maiores dificuldades. Ajudam quem tem boa capacidade e consegue sobreviver bem no mercado. Nesta altura, a lógica deveria ser ajudar a manter o tecido empresarial português, correr alguns riscos, mas ajudar estas empresas a aguentarem-se. Em muitos casos, apenas precisam de saldar dívidas com o Banco de Portugal e Finanças e de pouco mais para o Fundo de Maneio. No curto prazo, entre 1 a 3 anos, teriam já capacidade para laborarem e criarem valor para o país.

12/08/09

Iniciativa interessante

É de louvar este tipo de iniciativas. A comunicação é muito importante e plataformas que permitam o debate (não insulto) entre políticos e cidadão só podem contribuir para melhorar a governação. Pelo menos, cria condições para tal.
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Resta-nos esperar que haja participação quer dos cidadãos quer dos políticos.

Com um toque de arrogância

José Sócrates (mais conhecido pelos portugueses em geral com "aquele Sócras") voltou a fazer das suas. Desta vez escreveu um artigo de opinião no Jornal de Noticias (com muita pena minha que tenha sido no emblemático jornal da cidade do Porto) em que faz claramente campanha política. Os políticos em actividade, sobretudo os líderes dos partidos e quando estão em campanha ou pré-campanha, não deveriam sequer ter a iniciativa de escrever esses ditos artigos de opinião. Mas como já sabemos como é, a maioria dos políticos, como o Sócrates, não olham a meios para atingir os seus fins.
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No referido artigo, tenta colar o PSD a Salazar e a ultra-liberalismo. Quem tem o mínimo conhecimento sobre o assunto, percebe de imediato que a acusação é ridicula. Existe muita gente que até desejava que assim fosse, mas sabemos que este PSD não tem nada de liberal nem de salazarista! Aliás, Dizem as más línguas que este PS do Sócrates, sobretudo antes dos resultados das Europeias, é mais de direita do que o próprio PSD!!
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José Sócrates, citado aqui pelo i online, faz questão de vincar que a questão das eleições em três pontos: Atitude na governação, investimentos públicos e Estado Social. Não sabemos se o PSD, ou outro partido político, iria ser melhor ou não que o PS, mas este PS não tem muita moral para falar!
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1. Atitude na Governação
Esta dá vontade de rir! Logo vinda de quem utiliza o cinismo, a arrogância e a ironia como armas de fazer política. Para além disso, ninguém se esquece do episódio com Luís Amado no fim da cimeira do Tratado de Lisboa em que o deixou pendurado para bajolar os políticos da Europa...!
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2. Investimentos Públicos
Pois! A questão não é de os fazer ou não! É mesmo do timing e da sua utilidade no curto prazo face ao avultado investimento que é necessário efectuar! Nesta altura são necessário investimentos de baixo custo (menor custo possível) e com o mais elevado retorno no curto prazo. São necessárias medidas práticas e eficazes agora.
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3. Política Social
Este argumento é apenas para ir buscar alguns indecisos à esquerda. Qual é a política social do Sócrates? É prometer à la PCP que dá trabalho a quem precisa e reforma para quem trabalhou? e de onde vêm as reformas? e o crescimento do desemprego? e quem paga os subsídios de desemprego? A questão fulcral aqui é a segurança social. É imperativo mudar o sistema da segurança social caso contrário vai, se já não está, à falência. Pessoalmente, desde que seja bem planeado, não me faz espécie a privatização em geral. Por isso não acho que fosse negativo privatizar a segurança social se tal conduzisse a uma maior eficácia e reestabelece a sua capacidade de liquidez.
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No contexto deste último ponto, lembro ainda a título de curiosidade que desde que o serviço de recolha de lixo na cidade do Porto foi privatizado vêem-se muito mais lixeiros nas ruas. A privatização resultou numa melhoria do negócio. Isso vai dar lucros a alguém? Esperemos que sim! Queremos empresas com lucros e que façam uma boa gestão dos seus negócios.

11/08/09

Aumentar Carga Fiscal?

Luís Campos e Cunha, que foi Ministro das Finanças do actual Governo antes de ser substituído por Fernando Teixeira dos Santos, em entrevista ao jornal i online:

"i online: O PS tem um programa eleitoral que aposta muito nos apoios
sociais e quer manter as grandes obras. Como vai ser possível fazer isto tudo
sem subir os impostos?


LCC: Isso é gelo quente. Isso é querer o bolo e comê-lo: não é
possível. Se estas obras forem para a frente, o investimento público e os gastos
sociais a médio prazo estão comprometidos.


i online: Mas não há então mais margem para agravar a carga
fiscal?


LCC: Não há muita margem. Primeiro já temos um nível de fiscalidade
muito razoável. Segundo: temos ao nosso lado um dos países que tem menor
fiscalidade."

De facto, José Sócrates está a prometer o que não pode. Apoia toda a gente e investe em todo o lado, sem aumentar os impostos. Ou será, que depois de aumentar os impostos para posteriormente os baixar irá novamente aumentar os impostos? Se Portugal quer ser competitivo, os impostos têm que ser baixos, especialmente estando ao lado de Espanha, que como Luís Campos e Cunha diz é um dos países mais com fiscalidade mais competitiva.

Fiscalidade Competitiva

Sistemas fiscais diferentes nas diversas zonas do país podem ser utilizados para incentivar a criação e localização de empresas em determinadas regiões. De igual forma, este tipo de incentivos funcionaria para as pessoas em geral. E falo mesmo ao nível do IRC, IRS e IVA.

Investimento a Norte precisa-se!

O IEFP anunciou que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Lisboa caiu 0,7% em Junho para um total de 20 685, embora tenha aumentado 1,8% no Porto para 14 408. Na região norte do país o número ascende a 217 554 e corresponde à zona do país com maior número de desempregados inscritos nos centros de emprego. (Económico, i online)
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Mesmo apesar desta realidade, de elevado desemprego, não é por isso que são efectuados mais investimentos no Norte, que lhe é destinado mais fundos comunitários ou que são criados incentivos para as empresas se situarem lá. Estamos a assistir a uma concentração cada vez maior de empresas em Lisboa, capital europeia, que vai conduzir a uma convergência das pessoas para lá.
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É necessário investir e promover o investimento nas regiões que mais precisam, como é o Norte do país. É por isso que é imperativo descentralizar o poder, com ou sem regionalização, de modo a que os interesses das regiões sejam defendidos. Os fundos comunitários têm como objectivo promover a convergência das regiões de um país mas o que se tem observado desde 1986 é precisamente o oposto: Uma convergência de Lisboa para a Europa e uma divergência cada vez maior da capital face às restantes cidades e regiões.

08/08/09

Novo aeroporto de Lisboa

Dos grandes investimentos este é aquele que menos tenho conhecimento, portanto, não posso ter uma posição tão vincada. Uma análise deste tipo requer conhecimento da minha parte de certas variaveis que não conheço neste momento. É necesário avaliar se o tráfego aéreo em lisboa justifica a construção de um novo aeroporto, ou se era mais vantajoso melhorar o actual aeroporto da Portela e aumentar a sua capacidade.
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Tenho a impressão que esta última solução será provavelmente a mais viável tendo em conta o binómio custo de investimento inicial vs retorno.

06/08/09

Terceira ligação via Auto-Estrada: Mais uma?

A meu ver, deste conjunto de três investimentos públicos, é o que faz menos sentido. Apesar de toda a polémica em torno de Cavaco Silva quando encheu o país de betão, hoje todos reconhecem que é um feito notável.
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Porto e Lisboa, e todas as cidades que se encontram neste percurso, têm já boas ligações, onde se inclui as rodoviárias, ferroviárias e aéreas. Mas convém não esquecer que são "apenas" 300 Km! Para além disso a afluência não é assim tão elevada que justifique uma terceira ligação.
Se entrar em linha de conta com o timing do investimento, então é que merece uma total reprovação. Senão, vejamos os montantes envolvidos, segundo o i online, que correspondem a cerca de 2% do PIB:

"As duas concessões implicam investimentos em construção da ordem dos 1,5 mil milhões de euros. Mas os custos do financiamento do projecto, que incluem expropriações, manutenção e operação, ascendem a três mil milhões de euros, divididos em partes iguais pelas duas concessões."
(Via i online)

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Ainda em relação às Auto-Estradas, acho que era de bom tom a redução das portagens nos troços que estão em obras. Não se justica ter que pagar uma parte de um percurso sem usufruir da totalidade deste. Se bem me lembro, a redução é de 120 Km/h para 80 Km/h, ou seja, um terço da velocidade máxima.
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Neste caso, com ou sem retracção económica e com mais ou menos fundos, não se justifica de todo este investimento. Elevado investimento inicial e pouca utilidade pública. Mais uma vez, existem outros projectos/dossiers bem mais relevantes.

05/08/09

TGV: Será o momento?

Em primeiro lugar, devo dizer que sou a favor da modernidade e desenvolvimento de um país. Apenas considero que é necessário ter muito bem em conta a restrição orçamental. Antes de fazer qualquer análise, considero que o momento actual não é melhor para efectuar projectos megalómanos. Apesar de existirem fundos europeus para tal, grande parte do investimento será arcado pelos contribuentes.
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O projecto do TGV em Portugal, prevê três ligações: Porto-Vigo, Porto-Lisboa e Lisboa-Madrid, sendo que apenas a ligação entre as duas maiores cidades portuguesas será para tráfego exclusivo de passageiros. O principal ponto que desperta a minha curiosidade prende-se com o preço que vai ser praticado. Na minha opinião, o bilhete do comboio alfa, que demora cerca de 2h30 entre Porto e Lisboa, é já demasiado elevado. Uma ligação em metade do tempo será certamente mais cara. Será uma alternativa a ter em conta pelos actuais passageiros do alfa? Alguns...
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No entanto, reconheço a elevada importância de manter o país ligado à Europa da alta-velocidade. Mas, a ser feito o investimento, não deve abranger somente Lisboa, que já é uma cidade a nível europeu, pois tal iria aumentar o gap que existe entre Lisboa e o resto de Portugal.
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Em relação à ligação Porto-Vigo, não é urgente. O que é urgente é melhorar a ligação actual entre Porto e Vigo, já que a linha do Norte é uma vergonha. É urgente estender a ligação Alfa que passa por Braga até Vigo. Quem já fez o percurso sabe muito bem do que falo!
Em relação à ligação Porto-Lisboa, é necessário melhorar alguns troços em que o Alfa parece um verdadeiro cargueiro lento...
Já a ligação Lisboa-Madrid, não é a meu ver urgente. Não nos podemos esquecer que actualmente existe uma ligação muito rápida entre as duas cidades: o Avião.
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Assim, o TGV não é urgente. Portugal vai beneficiar, como é obvio, mas não justifica o esforço que nesta altura de contracção económica é muito mais acrescido. Devemos esperar, deixar a economia ganhar folego e dirigir as contribuições para dossiers bem mais relevantes e urgentes. Agora fica a nota: Com ou sem TGV é necessário melhorar a ligação ferroviária entre Porto e Vigo, pois mesmo com a alta velocidade, tem de haver alternativa para as pessoas comuns.
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No ar fica a questão: além dos interesses paralelos (construtoras, favores políticos, etc) quem vai realmente beneficiar com o TGV?

04/08/09

Reavaliar Investimentos Públicos

Reforçando a ideia que não defendo nenhum partido político, acho que a iniciativa deste fórum de discussão é muito boa. Apenas tenho pena que a participação do público em geral seja neste momento de baixa intensidade.
Citando o mesmo fórum, Portugal apresenta neste momento os seguintes problemas estruturais:
  1. A taxa potencial de crescimento da economia caiu de um valor médio anual de 3% para 1% ainda antes da actual crise internacional
  2. O défice externo (corrente + capital) situou-se, em média, em 8% do PIB, desde 1999, atingindo 10,5% em 2008
  3. A dívida externa líquida cresceu de 14% do PIB, em 1999, para cerca de 100% em 2008
  4. A dívida pública directa (a que há que a somar a indirecta) cresceu de 56% do PIB em 1999, para 67% em 2008
  5. A dívida pública indirecta subiu vertiginosamente, sendo já 10% do PIB no sector público dos transportes e de outro tanto, com tendência crescente, nas parcerias público-privadas (PPP)
  6. Fraca eficiência do investimento e queda acentuada da poupança nacional bruta
  7. Peso desproporcionado do investimento público que favorece os sectores abrigados da concorrência internacional, embora a competitividade externa, o crescimento e o emprego se joguem no sector produtivo dos mercados internacionais

Nos próximos posts vou pronunciar-me acerca dos três grandes investimentos públicos do momento: A 3ª Auto-Estrada entre Porto e Lisboa, o TGV e o novo aeroporto de Lisboa.

Preâmbulo

Este blog tem como por objectivo arquivar os meus pensamento, reflexões, ideias críticas e desabafos. Seria com muito orgulho que veria este blog tornar-se num centro de debate e discussão de ideias, mas essa não é a principal motivação.
O modelo deste blog será uma espécie de caderno de apontamentos, público e com direito a reações por parte de todos os que quiserem.
Convém ainda salientar que não sou militante de nenhum partido político nem tenho tais pretenções, embora tenha mais inclinação para uns do que para outros. Ainda assim, sigo somente as minhas ideias e aquelas com as quais em concorde independentemente da posição dos partidos políticos.
Acho ainda de bom tom anunciar que não sou isento no que diz respeito aos clubes desportivos, para o caso de efectuar qualquer comentário desportivo! Sou adepto, sócio e dos ferrenhos. E tenho tendência para só ver o meu lado... depois não digam que não avisei!