Segundo esta notícia do Jornal de Negócios, o José Manuel está desempregado. Como tal, está à procura de emprego, como muitos outros na sua situação. O José Manuel é um jovem com apenas o nono ano de escolaridade. Já recebeu algumas propostas, mas nenhuma acima do actual subsídio de desemprego que está para terminar em breve. Ah! O José Manuel recebe 600 euros por mês de subsídio!
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Qual foi a parte que me escapou? A situação é de facto dramática. Mas infelizmente é situação frequente no mercado de trabalho. O grande problema é que o José Manuel é, segundo os princípios económicos, um exemplo de um agente racional no mercado de trabalho: não aceita trabalhar por menos do que recebe actualmente. No entanto, esta atitude não é racional! Isto porque o seu subsídio vai acabar em breve e José Manuel prefere continuar sem trabalho, mesmo que isso implique a perda do subsídio de desemprego, do que arranjar um emprego, eventualmente temporário, enquanto não arranja outro que lhe pague melhor.
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O que me choca nesta situação é saber que existem licenciados desempregados que nem sequer recebem subsídio de desemprego. Ainda mais é que a maior parte dos recém licenciados, com 22, 23 ou 24 anos, ganha em torno dos 1000 euros brutos. E que muitos deles e muitas ofertas para LICENCIADOS são em torno dos 600 euros, ainda que seja por um determinado período de tempo curto. É justo? E estou a falar da realidade que conheço de perto, os licenciados em economia e gestão, que não são dos que são piores pagos...
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Portanto, José Manuel, se queres um conselho, aceita esses empregos. O teu subsídio está a acabar e depois vai ficar sem nada. Para além disso, podes sempre pensar que é um emprego temporário e que em breve, com a retoma da economia, vais conseguir arranjar outro emprego. E se te serve como motivação, pensa que ganhas quase tanto um recém-licenciado da área da economia.
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