30/11/09

Red Bull Air Race em Lisboa?

Depois de vários rumores, vi a seguinte mensagem no meu facebook, publicada pela Câmara Municipal do Porto:
"Existem informações seguras que o Air Race vai para Lisboa, nos próximos 3 anos, po 12 milhões de euros"
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Acrescenta ainda que:
"Parece que os organizadores do Air Race pedem 12 milhões de euros para 3 anos. O Estado (e as Câmaras) ou paga ou não paga. E se pagar, pode sempre dizer que paga numa dada zona do País e não paga na noutra. No fundo tem sempre de haver uma decisão política para viabilizar o local"
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Porto e Gaia são duas laranjas seguras e com fortes convicções de luta contra a centralidade no país. Num Governo rosa sedeado em Lisboa, também ela rosa, qual será a decisão política? Qual será a decisão de um Governo quem tem sucessivamente preterido o Porto e todas as outras cidades em favor de se realizarem avultados gastos públicos em Lisboa ou que beneficiam quase exclusivamente Lisboa?

24/11/09

Mercado de Trabalho

A taxa de desemprego está nos 9,80% e refere-se ao terceiro trimestre de 2009. Isto traduz um aumento de 0,70 pontos percentuais face ao segundo trimestre e um aumento de 1,10 pontos face aos dados do ano passado.
Considerando apenas o nível de escolaridade superior, a taxa de desemprego encontra-se mais baixa, nos 7,70%. No entanto, apesar de diminuir 0,50 pontos percentuais face a igual período do ano anterior, corresponde a um aumento de 1,80 pontos face ao trimestre anterior.
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Mas o que é realmente assustador é um outro dado. Vou considerar a faixa etária dos 15 aos 24 anos, que em geral abrange os novatos no mercado de trabalho, ou seja, aqueles que estão a entrar ou entraram há pouco tempo. A taxa de desemprego global aqui atinge os 19,20%. No nível de escolaridade superior atinge os 27,50% (!!!). Ou seja, três em cada dez recém licenciados têm o desemprego como destino imediato. É grave e preocupante que recursos tão valiosos não sejam aproveitados e muitas vezes, mesmo quando estão empregados, sejam mal aproveitados. Não basta ter qualificação, não basta ser bom... é preciso que os empregadores sabam dar uso aos seus recursos humanos e tirar o melhor de si. Infelizmente isto também não acontece.

23/11/09

Lógica da Batata

Manuel Alegre diz que quem votou à esquerda não quer ser governado à direita (TSF).
Elementar meu caro Alegre! Da mesma maneira que quem votou à direita não quer ser governado à esquerda.
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Tendo em conta apenas os partidos com assento parlamentar, que representam 93,78% do total dos votos, podemos tecer as seguintes conclusões:
- 39,54% votaram à direita (PSD + CDS)
- 17,69% votaram à esquerda (BE + CDU)
- 36,55% votaram no PS de Sócrates
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Uma vez que o PS de Sócrates não é o PS de Manuel Alegre, estes mais de 36% não são votos na esquerda! São votos numa ideologia muito própria que é dita por muitos como algo indefinido (para não ser extremista) mas que não está definitivamente à esquerda.

Quase... Mas não sou free-rider!

Nos últimos dias andei convencido que sou aquele a que chamam um free-rider! Mas afinal não sou! Ao que parece, apesar de em termos práticos continuar a achar que num determinado assunto sou um free-rider, em termos conceptuais não o sou!
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Desde que terminei os meus estudos, decidi manter o meu cartão de débito da faculdade. Isto porque, apesar de ser amarelo berrante, não obriga ao pagamento de anuidade, o que permite poupar uns trocos por ano para ir lanchar e depois ao cinema! Ou seja, dá-me três anos extra a usufruir de uma condição que já não a possuo. Até aqui tudo normal!
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Mas na semana passada, tal como muitos outros colegas, recebi o cartão internacional de estudante por parte de uma entidade bancária. Só falta activar. "Mas eu já acabei o curso há mais de dois anos... será que posso usufruir dessas vantagens?!", pergunto eu. "Claro que sim! Como ainda utiliza o seu cartão de débito não há problema nenhum!", respondem do outro lado. Burro era eu se não fosse aproveitar a oportunidade usufruir das vantagens de estudantes (cinema, restaurantes, viagens) mas, e aqui está a melhor parte, sem o ser! E claro, posso usufruir destas vantagens nas minhas viagens de lazer!
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Mas para não levantarem ondas por esse lado, devo confessar-vos uma coisa mais... Eu ando a estudar! Não numa universidade portuguesa nem estrangeira, mas a tirar um curso sem aulas e que me confere uma qualificação muito boa e prestigiante na minha área. Portanto, não sou definitivamente um free-rider. Bem vistas as coisas, até mereço o cartão de estudante e as suas vantanges inerentes!

20/11/09

Censura!

Uma reportagem da revista “Sábado”, afirmando que o Estado, as empresas com capital público e as que têm dirigentes conotados com o Partido Socialista, cortaram publicidade em jornais que publicaram escândalos envolvendo o primeiro-ministro, José Sócrates, criou nova polémica política.

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“Esta denúncia e este testemunho do director do jornal ‘Sol’, que diz claramente que recebeu um telefonema de fontes próximas do primeiro-ministro que se não publicasse mais notícias do caso Freeport haveria um banco que resolveria todos os problemas económicos do jornal Sol, é mais uma vez a prova de que meios de comunicação frágeis do ponto de vista económico são mais vulneráveis ao poder político”, declarou Luís Campos Ferreira, deputado do PSD.

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São casos a mais. Sócrates é corrupto e deve demitir-se.

(DN)

17/11/09

Drogas Livres Já!!!

Não! Não fui atingido pelo raio da esquerdalhada (sem ofensa)!!
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Actualmente, é ilegal vender, comprar e deter drogas. Como? Existem multas pesadas para os prevaricadores e isso provoca por um lado uma diminuição da oferta, diminuindo a quantidade oferecida e aumentando o preço, e por outro uma diminuição da procura, diminuindo ainda mais a quantidade e baixando também o preço.
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Com a legalização das drogas o Estado poderia impor uma elevada carga fiscal de modo a diminuir a quantidade procurada (e aumentar o preço, embora não seja esse o problema em questão). É claro que ia sempre existir mercado negro das drogas, contudo, a receita fiscal vinda deste negócio serviria para aumentar a garantia do cumprimento da lei.
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Portanto, a legalização das drogas pode ser um factor de riqueza para o país.

Qual será a desculpa desta vez?

O desemprego registado no final do terceiro trimestre do ano atingiu os pomposos 9,8% em Portugal, um aumento de 40 mil desempregados face ao trimestre anterior, tendo a taxa de desemprego escalado face aos 9,1% dos três meses anteriores e face aos 7,7% do período homólogo do ano anterior.
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É sabido que, por norma, o desemprego reflecte a economia com um período de atraso de 6 meses, portanto era de esperar um aumento do desemprego. No entanto, este aumento acabou por ser superior às estimativas do Governo de 8,8%. Uma diferença de 1 ponto percentual neste domínio só tem um nome: incompetência.
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O desemprego está ao nível mais elevado de sempre, ultrapassando os 9,2% registados em 1986.

Cansado

Relativamente ao casamento entre homossexuais posso divulgar aqui a minha posição: Sou contra. Não por preconceito. Apenas acho que existe uma diferença (não vale a pena dizer que não porque há. É um acto cínico dizer que não há diferença. Não deve é ser recriminada), que não deve ser discriminada, mas que deve dar um tipo diferente de negócio jurídico. Na prática será o mesmo que o casamento, no entanto, a minha grande preocupação é a questão da adopção. Não acho que seja saudável para uma criança crescer num ambiente em que os país são de um só sexo (assim como não acho que seja bom para elas crescerem com a avó, com o avô, somente com a mãe, ou somente com o pai). Vai gerar uma grande confusão nas suas cabeças.
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Mas não é essa questão que quero abordar. Provavelmente sou retrógrado e estou errado. O que gostaria de analisar é a necessidade de haver ou não um referendo sobre o tema. A minha opinião é não. Este assunto já foi debatido, nomeadamente constava nos programas dos partidos que se apresentaram às eleições, e de facto os portugueses parecem estar de acordo com esta medida. Para além disso, o país está em crise e realizou três eleições no mesmo ano, em datas separadas e gastou com isso rios de dinheiro. Não acho que seja responsável gastar mais. Para além disso, penso que a maior parte dos portugueses concorda comigo e estão fartos, cansados de eleições. Portanto, o melhor que posso fazer para não ser adoptado o casamento gay em portugal, é propôr o adiamento da decisão e referendar esta questão mais tarde. Contudo, penso que tal não vai ser necessário e o casamento (na minha opinião) vai mesmo avançar. Mas, como a seguir ao casamento vem a questão da adopção anexada, o argumento do adiamento da decisão pode ir por ai... Veremos...

O trabalhador, evidentemente!

Quem é que paga a maior parte das contribuições para a Segurança Social de um trabalhador?
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Isto é aquilo a que se chama uma tricky question. Se as empresas têm a seu encargo 23,75% do vencimento dos seus colaboradores e os trabalhadores têm a seu encargo apenas 11% do seu vencimento, então será um pouco óbvio afirmar que de facto as empresas é que arrecadam com a maior parte do encargo certo? errado! As empresas, podem efectvamente pagar mais do que o seu trabalhador em termos nominais, já que pagam quase o dobro, mas o que importa analisar aqui é quem suporta a maior parte das consequências. A resposta está no título mas vou sucintamente explicar.
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A questão fundamental é que existe uma taxa de 34,75% que se destina a financiar a Segurança Social. Esta taxa é definida pelo Governo (através da lei) mas a sua incidência não é definida. Aliás, como qualquer taxa ou imposto, o Governo apenas pode definir o que vai ser pago mas não pode definir que vai pagar essa taxa. Apesar desta divisão dos 34,75% em 23,75% a cargo do empregador e de 11% a cargo do trabalhador, os efeitos práticos são os mesmos! Tudo depende da elasticidade das curvas da procura de trabalho (os empregadores) e da oferta de trabalho (os trabalhadores).
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A procura de trabalho é relativamente elástica enquanto que a oferta de trabalho é relativamente inelástica. Isto significa que no caso da procura de trabalho, representada pelas empresas, a quantidade de trabalho procurada vai variar significativamente consoante o nível dos salários. Por sua vez, a oferta de trabalho, representada pelos trabalhadores, vai variar relativamente menos do que a oferta de trabalho face aos nível dos salários.
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Quando assim é, não importa a parte da taxa ou imposto que é definida a cargo do empregador e do trabalhador. Importa sim o valor global dessa taxa, já que o resultado no mercado de trabalho (com a redução da oferta, da procura ou de ambas) será o mesmo para qualquer repartição dos 33,75%. Esse resultado implica sempre uma diminuição do nível de emprego e vai existir um ineficiência no mercado, o chamado deadweight loss.
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Portanto, enquanto a procura de trabalho for relativamente mais elástica do que a oferta de trabalho, serão sempre os trabalhadores a arcar com o maior fardo das contribuições para a segurança social.

Desemprego

Segundo esta notícia do Jornal de Negócios, o José Manuel está desempregado. Como tal, está à procura de emprego, como muitos outros na sua situação. O José Manuel é um jovem com apenas o nono ano de escolaridade. Já recebeu algumas propostas, mas nenhuma acima do actual subsídio de desemprego que está para terminar em breve. Ah! O José Manuel recebe 600 euros por mês de subsídio!
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Qual foi a parte que me escapou? A situação é de facto dramática. Mas infelizmente é situação frequente no mercado de trabalho. O grande problema é que o José Manuel é, segundo os princípios económicos, um exemplo de um agente racional no mercado de trabalho: não aceita trabalhar por menos do que recebe actualmente. No entanto, esta atitude não é racional! Isto porque o seu subsídio vai acabar em breve e José Manuel prefere continuar sem trabalho, mesmo que isso implique a perda do subsídio de desemprego, do que arranjar um emprego, eventualmente temporário, enquanto não arranja outro que lhe pague melhor.
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O que me choca nesta situação é saber que existem licenciados desempregados que nem sequer recebem subsídio de desemprego. Ainda mais é que a maior parte dos recém licenciados, com 22, 23 ou 24 anos, ganha em torno dos 1000 euros brutos. E que muitos deles e muitas ofertas para LICENCIADOS são em torno dos 600 euros, ainda que seja por um determinado período de tempo curto. É justo? E estou a falar da realidade que conheço de perto, os licenciados em economia e gestão, que não são dos que são piores pagos...
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Portanto, José Manuel, se queres um conselho, aceita esses empregos. O teu subsídio está a acabar e depois vai ficar sem nada. Para além disso, podes sempre pensar que é um emprego temporário e que em breve, com a retoma da economia, vais conseguir arranjar outro emprego. E se te serve como motivação, pensa que ganhas quase tanto um recém-licenciado da área da economia.

05/11/09

Prepotente

Os portugueses não aprenderam e voltaram a escolher um prepotente para o Governo. Percebo que Manuela Ferreira Leite foi fraca, mas mesmo assim não justificava a escolha de Sócrates. Devia ser mais humilde e democrata.

Casamento Homossexual

Não deve ser referenciado.
Aliás, nem deveria ser uma prioridade do Governo nesta altura. É bem mais preocupante a questão do desemprego, das dificuldades das PMEs e a segurança de todos nós do que este tema. Mas sendo, e uma vez que esteve no programa do Governo, deve ser decidido pelo Parlamento e não por referendo para gastar ainda mais dinheiro em votações. Pede-se poupança e bom senso. E já agora, alguma preocupação pelos problemas (e não questões culturais ou sociais) do país.

Quem não tem cão...

caça com gato.
Uma vez que não tem maioria absoluta, o PS está a utilizar outras armas que se mostram bastante activas. Jaime Gama deixa Sócrates dizer os disparates que diz, como desejar boa sorte nas futuras intervenções de Pacheco Pereira sem responder devidamente às questões suscitadas. Mas não deixa Ribeiro e Castro intervir.

Ambígua

é o adjectivo de Isabel Alçada.
Fala, fala, mas não diz nada e apenas diz que irá ser concreta.

Mas porquê

que o Primeiro-Ministro vai ao Parlamento dizer que ganhou e que os outros perderam em vez de se preocupar em resolver os problemas do país? Ele não ganhou. Foi apenas o partido mais votado. Porque a oposição pode perfeitamente chumbar qualquer diploma se assim o entender e dar uma verdadeira lição de humildade e democracia ao prepotente José Sócrates.
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Porquê que não responde às questões levantadas pelo Pacheco Pereira sobre um assunto actual e muito importante para o país, que é o caso Face Oculta?