28/10/10

Jogada

Desta vez vou colocar ideologia à parte.
A jogada política de Pedro Passos Coelho foi, no meu entender, muito bem tirada. Dos vários cenários que imaginei, este passou-me ao lado.
Agora, finalmente, PPC conseguiu colocar o onús da decisão de um OE chumbado ou aprovado no lado do governo.
Sempre pensei que o PSD iria aprovar o OE através de uma abstenção, o que eu acho muito mal pois um assunto tão importante como o OE não pode ser indiferente a nenhum partido. Posto isto, para mim PPC já se tinha queimado, pois depois de tanta negociação, aprovar com abstenção iria retirar toda a credibilidade que teria ganho ao fazer finca pé. No entanto, rejeitar o OE iria levar à chegada do FMI a Portugal com consequências muito negativas para o país (apesar de poder por isto na ordem, as consequências imediatas seriam muito negativas). Por outro lado, iria dar mais uma oportunidade a Sócrates para se vitimizar. Contudo, esta jogada colocou PPC novamente em campo e pode muito bem levar a melhor.

26/10/10

Pensões

PENSÕES ACIMA DE 5.000€ VÃO PAGAR IMPOSTO DE 10%
Sem comentários...!

É que é apenas a parte suplementar da pensão que vai ser cortada! O imposto, como é óbvio, devia incidir sobre a totalidade da pensão.

Chave(z) na mão

Porque é que Hugo Chávez, presidente da Venezuela, quando esteve às compras em Portugal com Sócrates, no último fim de semana em Viana do Castelo, foi desde o Porto pela A28 (umas das três recentes ex-Scut) sem pagar portagem? Em vez de isso, porquê que Sócrates não sugeriu um passeio pela EN13, a suposta alternativa à A28?

Não é preciso grande ciência, basta consultar o GoogleMaps... Os 75 Km passam a demorar 1h40 se não se apanhar trânsito em vez dos 45 minutos (mais do dobro). E isto no cenário (mesmo) remoto, da EN13 estar "limpinha" o que tão pouco corresponde à verdade! E mesmo assim, daria uma média de 45 Km à hora.

Agora imagine-se o trânsito que o pessoal (que talvez seja apelidado por Socrates de caloteiro ou sumitico) que não quer (ou não pode) pagar portagens todos os dias, vai apanhar.

O economista Pedro Arroja descreve bem a nova (ou velha) "paisagem" neste seu post (apesar de se referir a outro trajecto.

11/06/10

Manifesto pela Justiça Social

Uma das questões mais antigas do mundo será certamente aquela que se debruça sobre a perspectiva de um mundo ideal. De modo a não entrar em utopias perfeitamente válidas como a abolição da morte e das doenças e disseminação da fórmula da juventude, ou então a plantação em massa e em grande escala da árvore das patacas, vou concentrar-me apenas naquilo que considero ser uma aproximação à realidade em que vivemos e que é fisicamente possível.

Assim, considero que são três os valores que devem estar incluídos no mundo ideal que perspectivo: Igualdade, Justiça e Liberdade.

I. Liberdade

Em relação à liberdade, muito há a dizer. Talvez demasiado. Portugal ficou marcado por uma era em que a liberdade de expressão foi fortemente mitigada e deixou marcas profundas nas pessoas. Marcas de tal grandeza que qualquer movimento político que não seja da dita esquerda é visto imediatamente como fascista. Por outro lado, tenho a impressão que a esquerda é vista na maior parte das vezes como politicamente correcto e a direita é olhada com desconfiança. No entanto não é este debate que se exige na temática da liberdade.

A condição essencial para a existência da liberdade é a existência de regras. Assim, é essencial a existência de um Estado de Direito para que nos possamos sentir livres. Isto porque, recordando a velha máxima, “a minha liberdade acaba onde começa a tua”. Se não houvesse regras não seríamos livres. Andaríamos com medo e receio e seria a lei da selva, a do mais forte, que iria estar vigente. É por esta razão que por exemplo a lei do tabaco, que proíbe o acto de fumar em locais fechados (com as suas excepções) apenas peca por ser tardia. De facto, até então nunca me senti livre a não ser em locais que faziam a distinção entre fumadores e não fumadores.

A reter, fica a condição essencial e necessária para a existência de Liberdade: Regras.

II. Igualdade

“Todos diferentes, todos iguais” esta é talvez uma das frases em que mais se insistiu na promoção da igualdade. A ideia fundamental desta questão é que devemos reconhecer as nossas diferenças sem que haja discriminação de tratamento. Contudo, alerto para o risco de uma má interpretação que queira tornar-nos todos iguais. É que não somos! E agora insisto eu: devemos é aceitar que não somos iguais.

Aproveitando o balanço do parágrafo anterior, pretendo demonstrar a minha concepção da igualdade. Não acho que o caminho da igualdade deva ser traçado num sentido de absoluta igualdade. Não seria correcto. Não premeia o esforço nem a produtividade e seria um incentivo ao ócio. A promoção da igualdade deve ser feita a nível das oportunidades. Uma sociedade será igualitária quando conseguir que todos os seus membros tenham uma efectiva igualdade de oportunidades. É aqui que entra a questão dos padrinhos e cunhados. Nessa sociedade longínqua estes termos pertenceriam apenas ao léxico das relações familiares.

Assim, o verdadeiro sentido da igualdade numa sociedade ideal é ao nível da igualdade de oportunidades para todos os membros.

III. Justiça

Não foi certamente despropositado que deixei para último este valor. Se conseguirmos juntar os dois primeiros, estaremos muito próximos de atingir a justiça. Apenas com regras e igualdade de oportunidades é possível atingir e mensurar a justiça.

Mas o debate em torno da justiça leva-nos para a dicotomia “Fair Rules vs Fair Results”, que em verdade já foi discutido no tópico anterior. Uma sociedade justa não será aquela que consiga tornar todos os indivíduos iguais, mas sim aquela que conseguir proporcionar igualdade de tratamento imparcial a todos os seus membros.

No âmbito da justiça, existe contudo uma parcela que é necessária abranger de modo a tornar a análise, e passe a redundância, justa. Estou a falar da justiça social. Num mundo em que não existe igualdade de oportunidades, justiça social é a prossecução dessa igualdade e, ao mesmo tempo, a promoção de um sentido de solidariedade para atingir esse fim.

Não estou a falar de um apoio aos coitadinhos e aos pobrezinhos. Não é assim que a questão deve ser vista. Estou sim a falar de uma perda voluntária e individual em torno de ema menor divergência entre os membros de uma sociedade. Quando a acção voluntária não é suficiente, cabe ao próprio Estado garantir as condições socio-económicas que promovam tanto quanto possível as condições de acesso às mesmas oportunidades.

O âmbito da justiça é tornar as regras justas para todos de modo a atingir-se a igualdade de oportunidades.


É esta a triologia de princípios que defendo para um mundo ideal. Com elas, não existiria fome no mundo e todos tinham a mesma oportunidade para traçarem livremente o seu caminho. No entanto, no final, o resultado não seria igual para toda a gente. Iria premiar os melhores, os que mais se esforçaram e penalizar os que preferem ócio em detrimento do trabalho. O grande desafio, seria constantemente proporcionar igualdade de oportunidades que reconheço ser o pilar mais difícil de alcançar.

01/04/10

A Mãe dos Enfermeiros

Já na anterior greve dos enfermeiros eu manifestei o meu profundo desagrado. Independentemente das suas razões (com as quais eu não concordo), eu gostava de perguntar a algum dos enfermeiros se a sua mãe tinha alguma operação marcada e foi cancelada? Ou se a sua mãe está internada e não tem por isso quem olhe por ela (pois os serviços mínimos estão obviamente na UCI - alguns nos cinemas UCI mas quero referir-me à unidade de cuidados intensivos)? E já agora, esta semanita antes da Páscoa dá um jeitão para se estar de greve...
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Já que a economia é a minha área, vou dar-vos algumas luzes:
1. Quantos colegas enfermeiros têm vocês? Imensos não é?! Ora se a oferta (de enfermeiros) é muito elevada, é natural que a procura (os hospitais e afins) pague salários mais baixos. Mas não é por aí.
2. Sabem quanto ganham os licenciados por esse país fora, no sector privado? Alguns até ganham metade do que os enfermeiros no início de carreira. Pois... Isso é muito pouco não é?! É quase o salário mínimo mas é este o ponto em que chegamos. E estamos a falar de cursos a sério em universidades de prestígio.
3. "Mas nós ganhamos menos que os outros na função pública". E eu ganho menos que os outros no sector privado. E qual é a solução? Procurar alternativas. Não é por isso que eu digo aos clientes para terem paciência mas que esta semana quero mostrar ao país que ganho pouco e não gosto disso. Muito menos faria isso a doentes.
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Em termos morais, não sou ninguém para julgar ninguém, mas digo-vos que acho muito mau o que estão a fazer aos doentes. São eles que ficam prejudicados. Não é a ministra, nem sequer o sócrates. São mesmo os doentes. Os que têm que adiar as suas operações e os que já estão à espera e assim vão continuar. Em termos profissionais, acho que também não estão a cumprir com o vosso dever. Mas cada um sabe de si e sabe como consegue dormir à noite.
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PS: E se os hospitais fossem privados?!

17/03/10

Deprimente

O problema do desemprego vai permanecer nos próximos 2 a 3 anos (contrariando as minhas próprias expectativas) segundo referiu a Dr. Margarida Lopes, especialista em Economia do Trabalho, em declarações à Antena 3. O grupo mais afectado serão os jovens licenciados.

08/03/10

O "magro" Rangel

Paulo Rangel, que revelou grande entusiasmo na corrida às Europeias e no anúncio da sua candidatura parece ter perdido o fulgor. Primeiro com Pedro Passos Coelho e agora com José Pedro Aguiar Branco. A derrota nos dois debates poderá ser determinante para a derrota nas directas do PSD, pois PPC tem um eleitorado muito próprio e Aguiar Branco, que divide o seu eleitorado com Rangel, parece ter o apoio desse eleitorado, mesmo antes dos debates.
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Paulo Rangel terá que comer muita broa até às directas...

03/03/10

Futuro do PSD

Não passa pelo Passos Coelho.
Se inicialmente fiquei um pouco iludido com a sua presença (nas anteriores directas), hoje não o vejo como líder do principal partido da oposição e candidato a PM. Não fica bem a um candidato atacar tanto o seu próprio partido como PPC faz. E fica-lhe também mal colar Rangel à incompetência do PSD, quando foi Rangel o único social-democrata a vencer umas eleições no último ciclo eleitoral. Quanto à boca no final do debate... próprio de um miudo que tirou um curso à pressa (apesar de já ter formação numa das melhores universidades - J - que lhe dá contactos priveligiados) que não tem maturidade para liderar o partido em que se encontra quase desde que nasceu. Demasiadas semelhanças com o actual PM, pelo que posso dizer que este é o José Sócrates do PSD.
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Já Paulo Rangel, relativamente novo no partido, poderá a meu ver, ser o novo líder. Tem carisma e sentido práctico. Nao está viciado na política como PPC, que aprendeu todas as manhas e truques baixos. Este bem ao invocar o sentido de responsabilidade e necessidade do país bem como em afirmar que nunca atacou Luís Filipe Menezes quando este era o presidente dos laranjas.

02/03/10

Qualidade do Ensino Privado

Na edição de hoje do jornal Público, está escrito que a procura pelo ensino privado tem vindo a aumentar porque os pais procuram um projecto de segurança e há uma crescente preocupação pela qualidade do ensino.
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Em relação à segurança, não dúvido que uma escola privada seja mais segura, pelo menos as probabilidades de existência de rufias são menores, embora não seja um aspecto determinante e directamente relacionado com o bullying.
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Mas o que me deixa mais apreensivo é a qualidade do ensino. Não podemos traçar uma relação de causalidade entre qualidade do ensino e se a escola é pública ou privada. Aliás isso até pode vir a aocntecer no futuro e é natural que assim seja, mas para já tal não me parece verdade.
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Factos:
- Existiram várias escolas privadas que eram conhecidas por subir as notas dos alunos no 12º ano antes de entrarem para a faculdade. Se contarmos com os rumores, podemos ouvir insólitos como exames nacionais resolvidos no quadro durante a própria prova.
- Não temos ainda tradição de escola privada que possa atrair bons professores em massa.
- As universidades públicas são as melhores (e a Universidade Católica, talvez a melhor das privadas, não é melhor que as públicas, como FEP e Nova). Além do mais, a nível universitário, não existe uniformidade de notas entre o público e o privado. É por isso que não percebo como empresas com tradição pública (como EDP, PT, etc, etc) elegem como critério principal a nota final de 14, que numa universidade pública é um marco difícil e exigente, mas que numa privada está ao alcance da maioria dos alunos. O que faz com que estas empresas fiquem com alunos das instituições privadas. (Nota: não estou a falar do Rui Pedro Soares!!!)

Feminismo

Porque é que o feminismo não tem a conotação negativa do machismo e é visto como um acto heróico e libertador das mulheres? É igualmente uma forma de promoção da discriminação sexual.

26/02/10

"Uma questão de cidadania"

Sinto um misto de revolta, vergonha e desalento.
Vivo num país em que o Primeiro-Ministro é corrupto, o seu staff é corrupto, o Procurador Geral de República não é independente e, por cumplicidade, é também corrupto. Vivo num país em que pessoas importantes da nossa sociedade estão envolvidas num escândalo de abuso de menores (Casa Pia) e a justiça é demasiado lenta a lidar com este caso. Vivo num país em que a jornalista que desenterrou este caso é perseguida e mais ainda agora que denuncia as escutas que mostram a corrupção instalada no nosso país.
Vivo num país em que os jornalistas sem medo, que expressam a sua opinião são afastados, os seus programas e crónicas são encerrados, sendo verdadeiramente "um problema que necessita de resolução".
Vivo num país em que o PM é demasiado burro para entender conceitos económicos, mas ainda assim fala como se estivesse dentro do assunto.
Vivo num país com graves problemas de défice orçamental mas isso não impede o executivo de avançar para grandes obras públicas, que vão agravar e muito o défice, sobretudo no curto prazo onde o retorno não existe mas apenas o prejuízo. Vivo num país que "precisa" do TGV para se ligar rapidamente à Europa, quando o avião o faz muito mais rapidamente. Vivo num país em que uma deputada eleita pelo PS em Lisboa tem as viagens pagas para França (sua residência) todos os fins-de-semana.
Vivo num país em que o PM tira o curso ao domingo, numa universidade sem prestígio nenhum, com números de telefone do tipo 21XXXXXXX e códigos postais de 1250-XXX quando nessa altura os número de telefone tinha indicativo (01) XXXXXXX e os códigos postais eram apenas de 4 dígitos.
Vivo num país em que o PM devia ter a justiça à perna devido ao caso Freeport, mas toda a gente sabe que não lhe vai acontecer nada.
Vivo num país em que o PM exerce influência em meios de comunicação social e tem mesmo um plano para os controlar, e nada lhe acontece. Nem sequer o PGR abre um inquérito porque também não é independente.
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E o pior de tudo é que vivo num país onde as pessoas riem-se disto tudo e fazem piadas. E como se não estivessem contentes, a sua maioria, vota neste corrupto. E para agravar, ainda existem uns cegos que conseguem defender o PM, apesar de todas as provas que existem para o acusar. Num país a sério, o PM tinha-se demitido. Num país a sério, o Governo tinha caído por iniciativa própria ou por decisão do Presidente da República. Num país a sério, Manuela Moura Guedes continuava com o seu jornal de sexta na TVI, por mais que incomodasse o Sócrates e por mais que eu não gostasse. Num país a sério, Mário Crespo continuava com a sua crónica num dos principais jornais de referência nacional. Num país a sério, José Manuel Fernandes não era pressionado para abandonar o seu jornal. Num país a sério, José Eduardo Moniz continuava na TVI. Num país a sério, Felícia Cabrita não era perseguida politicamente por desenterrar o caso Casa Pia (que envolve socialistas) nem por denunciar o nosso PM corrupto. Em vez disso, era homenageada nas comemorações do 25 de Abril.

Solidariedade paga imposto

Por cada mensagem enviada para ajudar a madeira, o Estado arrecada 12 cêntimos (IVA de 20% sobre 60 cêntimos), mais do que os 10 cêntimos de custos das operadoras. Ou seja, do total que pagamos, 17% vai para o Estado (via Imposto), 14% para as operadoras (compreendo desde que seja preço de custo e mesmo assim acho que podia - e não deviam - contribuir nem que fosse com a diminuição deste custo) e 69% para as operadoras.
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Ao ponto que chagamos. Depois da dupla tributação (que entretanto foi abolida, mas o montante total de imposto permaneceu igual - escândalo!) também pagamos imposto para ajudar a reconstrução da Madeira... e também ajudamos o Estado a pagar as viagens da deputada Medeiros (eleita pelo ciclo eleitoral de Lisboa - PS) a ir a Paris todos os fins de semana e ainda a distância de sua casa até ao aeroporto. Ridículo.

25/02/10

Contra-Informação

É triste saber que temos um PM corrupto. E pior ainda é que a cada dia que passa, sabemos que ele é ainda mais corrupto do que nós imaginavamos. Como se não bastasse as polémicas que já está envolvido (licenciatura, Freeport, guerra com jornalistas, negócio da PT, contratação de Luís Figo, entre outros) sabemos que a máquina tentou incriminar Manuela Ferreira Leite, líder do principal partido da oposição, e a Presidência da República, cuja relação institucional não tem sido a melhor.
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Segundo as revelação da revista Sábado, Sócrates (imaginem!) mentiu mais uma vez no programa de Miguel Sousa Tavares "Sinais de fogo" quando disse que nunca tinha falado com nenhum administrador da PT sobre o negócio da ´Media Capital. A verdade é que numa das escutas Rui Pedro Soares diz a Paulo Penedos que tinha falado com Sócrates e que este tinha ficado descontente por não ter sido informado dos pormenores da operação.
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A partir da data desta escuta (25 de Junho de 2009), os investigadores começaram a estranhar mudanças no discurso dos escutados e desconfiam que tenham sido plantadas falsas informações, dizendo que José Eduardo Moniz tinha informado Manuela Ferreira Leite sobre o negócios (desmentido por ambos) e que a Presidência já tinha sido informada também.
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Para além de serem corruptos, querem atirar areia para os olhos dos outros e envolver terceiras partes neste escandaloso caso. É verdadeiramente grave e é bom que as pessoas tenham consciência disso. Se o PR fosse outro (como por exemplo Jorge Sampaio) o Governo já tinha caído há muito...

17/02/10

PS "não é um rebanho"

Por norma os partidos políticos precisam de algo que os una. Idealmente deveriam ser os ideais, embora isso nem sempre aconteça sobretudo nos partidos com grande expressão em termos de votos e de militantes. O elemento que geralmente une os partidos e as diferentes facções dentro do mesmo partido é o poder.
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Esta pode ser uma explicação do porquê do PSD estar alegadamente desunido. Não há poder para distribuir. Contudo, no partido do todo poderoso José Sócrates surgem mais sinais de que o partido não é aquela união que o PM quer fazer acreditar. Depois de Manuel Alegre, que contesta qualquer ideia de Sócrates que não esteja de acordo com os seus ideais, Pedro Baptista (antigo deputado pelo PS e membro da distrital do PS-Porto) vem mostrar mais um sinal da desunião do PS:
"Pedro Baptista, antigo deputado socialista e membro da distrital do PS-Porto, classifica os apelos de união de José Sócrates como «patéticos» e sublinha que «o PS não é propriamente um rebanho que avança quando os sinos tocam a rebate só porque o líder está a passar por um momento difícil». (A Bola)"
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Parece que até o próprio PS, aquele PS que não está blindado pela censura de Sócrates (que afasta todos ou quase todos que lhe fazem frente) parece estar cansado do seu líder.

10/02/10

Oxigénio

É a palavra que tenho em mente ao ler esta notíca do Público.
A candidatura de Paulo Rangel, o único homem do PSD que conseguiu derrotar a equipa Sócrates, apresenta-se hoje como candidato. Apesar de não ter partidos, tenho tendências de direita e sou um profundo crítico da Governação de Sócrates, pelo que a vida do PSD e do CDS são também do meu interesse.
Paulo Rangel pode ser uma escolha credível face a um Passos Coelho com lábia e teoria a mais. Acho que Rangel seria um bom adversário, tal como o demonstrou enquanto líder da bancada na legislação anterior, depois de Ferreira Leite ter ganhos as internas.
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Sem dúvida, uma lufada de ar fresco no PSD.

08/02/10

Racismo Invertido

Já me enjoa a questão do racismo.
Existe racismo? Existe. Muitas vezes o racismo de "branco" em relação a "preto" que é condenável, e ainda mais condenável pela comunicação social e pela opinião pública. O racismo de "preto" para "branco" também existe e é condenável, mas muitas vezes não é tão grave para a comunicação social ou para a opinião pública.
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Mas aquilo que é ridículo e que conduz à minha afirmação inicial, é que qualquer acto pode ser visto como raciscmo. A revista Vanity Fair considera que 9 actrizes darão cartas em Hollywood em 2010. No entanto, a editora de moda do "The Guardian" comenta que apesar das escolhas variadas, a cor de pele mantém-se a mesma: branca. Não surgem actrizes latinas, negras ou asiáticas.
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Agora pergunto eu: O que é racismo? Efectuar uma escolha das actrizes sem olhar ao seu tom de pele (atenção, não estou a dizer que foi o caso, mas considero essa hipótese, caso que Hannah Pool não o faz) mesmo que isso conduza a uma escolha como esta ou integrar algumas pretas, latinas e asiáticas só para não dizerem que a escolha foi racista? Isso sim é racismo.
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Da mesma maneira que é racismo dizer piadas e contar anedotas sobre tudo e todos, menos dos negros. Isso é racismo também! Não ser racista é ter abertura para contar piadas de louras, alentejanos, pretos, seja o que for e não complexos acerca disso.

02/02/10

Incoerentes

Ou burros.
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Aumentar a Despesa Pública para aumentar o PIB. Porque "há vida para além do défice" e o mais importante é o crescimento e o emprego (versão oficial).
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Contudo, como estamos a enfrentar um grave défice que tem que ser reduzido, há quem defenda o aumento de impostos (Vítor Constâncio defende o aumento de impostos indirectos) para combater o défice. No entanto, o aumento de impostos tem um efeito negativo na economia, diminuindo (neste caso de impostos indirectos) o Consumo das famílias (que diminui o PIB e o crescimento da economia).
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Mas, José Sócrates, como quer combater o défice mas não quer aumentar impostos, diz que a redução do défice será feita por via da despesa. Hello?!? TGVs? Aeroportos? Isto, José, é a via da despesa e não me parece que esteja a reduzir!
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Porque não simplificar esta equação complicada e contraditória com uma muito mais simples: Redução de impostos => Crescimento da Economia
(via consumo privado, pelo aumento do rendimento disponível e aumenta o emprego pois as empresas estão dispostas a contratar mais pessoal)

É só coincidência...

- Manuela Moura Guedes
- José Eduardo Moniz
- José Manuel Fernandes
- Mário Crespo
- Limitação da publicidade num jornal (penso que é o JN)
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É só boatos e coincidências.
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Aliás, depois do artigo de Mário Crespo "O Palhaço" (ver aqui), era bastante improvável que ele seria o próximo a ser alvo de José Sócrates. Contudo, com censura ou sem ela, Mário Crespo não será silenciado.

Acordo Ortográfico

Sou contra, sempre fui e duvido que algum dia vá deixar de ser. Não há necessidade nenhuma de promover um acordo ortográfico e o único que estaria de acordo seria os PALOPs adaptarem o seu português ao português de Portugal. Caso contrário, estamos todos bem assim.
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Logo, acho absolutamente ridículo que o jornal Record escreva segundo o novo acordo ortográfico. É apenas marketing, e do ridículo. O mesmo marketing com que faz as capas ridículas, dá como certas as contratações que nunca aconteceram e gosta de fazer trocadilhos com os nomes dos jogadores.

29/01/10

Vai trabalhar, malandro!

De acordo com o art. 57º da Constituição da República Portuguesa, é garantido o direito à greve.
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No entanto, o que não deve estar garantido é o direito de condicionar a vida dos demais cidadãos. Ontem foi vergonho o que os enfermeiros em greve fizeram na VCI e na Circunvalação. Não prejudicaram nem o Primeiro Ministro, nem a Ministra da Saúde, nem ninguém que lhes resolva os seus problemas. Prejudicaram sim todos os portuenses que queriam chegar a horas ao seu emprego e não conseguiram. Emprego em empresas privadas que muitas vezes não toleram o mínimo.
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Já para não falar, como mostra a televisão, do pobre coitado que seguia na sua moto quando o automóvel distraído (e com culpa própria) pela manifestação no sentido contrário, o atingiu. Isto não é o direito à greve. Isto é muito mais do que a luta pelos direito. É interferir com a vida dos outros. É a tal história que muitos (e muitos da esquerda) não percebem. "A tua liberdade acaba no momento em que começa a minha".
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Mais. O sindicato anunciou que ontem que a adesão foi de 90,6% durante o dia e de 94,3% durante a noite, pelo que posso concluir que cerca de 3,7% do total apenas não querem trabalhar à noite!
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E posso concluir também que os serviços mínimos dos enfermeiros são de 9,4% durante o dia e de 5,7% durante a noite. Então, parece que existe até excesso de enfermeiros, para além do que se julga. Pois só estes são essenciais. Se não for assim, então o acto dos enfermeiros (para além de proído - parar o transito na VCI) é inconstitucional. O número três do artigo que citei diz que é necessário garantir os serviços mínimos.
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Como diz hoje o Público, os enfermeiros já disseram que vão "radicalizar a luta". Este acto radical inclui "suspender durante duas ou três semanas as cirurgias programadas". Acham bem? É que perderam toda a razão que possam ter. Estamos a falar de pessoas que necessitam de ser operadas. Não da ministra. Haja responsabilidade.
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Mais. Estão contra a redução salarial face ao actual salário e face a colegas do sector público. Pois bem, se o problema é a comparação, sugiro a comparação com o sector privado. Os milhares de licenciados (os que têm a sorte de estar empregados) não ganham quase 1000 euros no primeiro emprego. Isso é uma minoria.
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Independemente das razões dos enfermeiros, irrita-me o modo como se manifestam. Eu não tenho culpa e portanto desejo não ser incomodado com as vossas acções de manifestação. Por favor, respeitem. Caso contrário, apenas digo: "Vai trabalhar, malandro!"

20/01/10

CDS e o "Rabo na Boca"

Não. Não estou a fazer nenhuma ilusão ao significado literal da expressão do título. Tal seria nogento. Contudo, depois de tantas e boas ideias, que eu inclusivé aqui defendi, eis que o CDS aparece com uma brilhante péssima ideia. Devem ser os ares da negociação com o PS que os deixou assim.
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Pedro Mota Soares proferiu que, entre outras medidas como a fiscalização do RSI, o país deveria adoptar a seguinte medida: Quando um desempregado é contratado com um contracto a termo certo, a empresa deve receber por parte do Estado aquilo a que o desempregado teria direito (subsídio de desemprego) se assim continuasse. Esta proposta não tem pés nem cabeça! E são vários os motivos.
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Em primeiro lugar, não contribui para o objectivo de redução do défice, antes pelo contrário. Mas este argumento é o menor dos três (embora seja importante). Depois, as empresas não vão recrutar os seus futuros trabalhadores com base nas suas competências mas sim com base nas vantagens pecuniárias que podem resultar para a empresa. Neste caso os "recém-desempregados" estarão na linha da frente para serem contratados. Cada dia que passa reduz a probabilidade de serem recrutados. Por último, vai criar uma situação de pescadinha de rabo na boca. Os desempregados quando deixam de ter direito ao subsídio de desemprego, vão ter muitas mais dificuldades para encontrar emprego.
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Portanto, posso aqui dizer que acabei de apanhar com um balde de água fria na espinha. E o CDS que se ponha fino pois não é com desilusões destas que consegue novamente dois dígitos.

15/01/10

Mentira

Este Governo que vocês escolheram (nem todos vós...) está a anunciar-vos aquilo que era esperado e óbvio, e que inclusive eu já tinha dito que mais tarde ou mais cedo iria acontecer: aumento de impostos. Pensemos: com o grande aumento das despesas públicas, motivado em grande parte pelas megalómanas obras públicas, e com os problemas de défice que já temos (mesmo antes desses projectos), é lógico que a única maneira de equilibrar as finanças é aumentar impostos.

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Ora, um aumento da despesa do Estado que seja acompanhado por um aumento de impostos vai eliminar parte ou a totalidade do aumento do PIB em reacção a tal política expansionista. Ou seja, este investimento todo que Portugal vai efectuar será em vão em termos de crescimento económico. Pois... então porque o fizeram??

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Fizeram porque queriam ter um TGV em Portugal mesmo que isso não nos traga utilidade. O TGV é bom para quem vive no centro da Europa. Para países periféricos em relação ao resto da Europa, como Portugal e os países nórdicos, o TGV torna-se um excesso. O que temos nós a mais do que os nórdicos para termos TGV e eles não? Temos o Sócrates.

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Eu sei que é enfadonho, mas para justificar as minhas afirmações tenho mesmo que colocar aqui um pouco de teoria económica:

Aumento de Gastos Públicos -> Aumenta o PIB

Aumento de Impostos -> Diminuiu o Rendimento Disponível -> Diminui o Consumo -> Diminuiu o PIB

Para além de que vai agravar a situação das empresas e logo tornar diminuir a contratação e aumentar os despedimentos -> aumentar o desemprego.

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Para além dos custos monetários são estes os verdadeiros custos do TGV. Mais uma vez, é a política do logo se vê que é aplicada (e que ganha eleições) sem olhar as previsíveis consequências. Enfim, mostra a incapacidade e a falta de inteligência deste Governo.

Logo se vê...

De forma sorrateira, conseguiram roubar o Red Bull Air Race ao Porto. Agora, que conseguiram o que queria (isto é, o roubo!), é que estão a analisar verdadeiramente a questão.
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Pois bem, António Costa "admitiu que existe uma cláusula contratual relativa ao exclusivo publicitário que pode inviabilizar a prova" (Público)
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Mostra mais uma vez que Costa foi um guloso. Teve mais olhos que barriga e não se informou convenientemente sobre todos os pormenores do evento. É a política do "laissez faire, laissez passer", do "chuta para a frente" e do "logo se vê". Deixa lá, Costa. Temos pena.
EDIT
Já agora, gostava que espreitassem o Post de Pedro Santana Lopes no seu blog, que diz mais do que foi publicado pelas notícias.

08/01/10

Apontar para o lado

José Sócrates é perito em vitimizações. Não suporta uma crítica, ou pior, uma constatação.
Não é que agora os bancos portugueses foram os responsáveis pela crise financeira mundial?!
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Eu ajudo. José, a crise financeira internacional nasceu nos EUA e ganhou nome através de uma modalidade de crédito que não existe, ou se existe tem pouca expressão, em Portugal: "subprime". Isto significa que as pessoas quando iam comprar uma casa, o próprio imóvel servia de garantia.
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Tudo começou quando os juros estavam muito baixos, depois dos EUA terem saído da crise anterior no seguimento da bolha tecnológica, para impulsionar o consumo. Contudo, os juros começaram a subir e as pessoas ficaram sem capacidade para as pegar. Por outro lado, o valor das casas começou a cair, dado que os preços estavam inflacionados, o que levou muito norte-americanos a ter que entregar as suas casas. Segue-se a escassez de liquidez e os problemas todos que estamos fartos de ouvir.
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Portanto, se alguém falhou, foi alguém nos EUA, não os bancos portugueses e muito menos o BPI. Mas quem errou, foi a regulação financeira, nos EUA mas em Portugal também! Senão, veja-se os casos BPN e BPP.
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Depois, José Sócrates vem dizer que o sistema financeiro português se portou muito bem e que Portugal foi dos países que menos gastou na resolução da crise de crédito. Pudera! Mas o mérito é dos bancos portugueses que têm rácios de capital seguros e não concedem esse tipo de crédito!
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Sócrates está simplesmente a tentar desviar atenções, apontar para o lado e gastar à sua vontade. TGV, Aeroportos, Auto-Estradas? Venham eles... (sim José, eu estou a ser irónico...)