23/12/09

Presos aos EUA

Estamos todos refens da economia norte-americana enquanto esta continuar a ser a maior economia do mundo, o maior consumidor (de energia em particular) do mundo e tiver a influência que tem no mundo.
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Estou a falar do caso particular das taxas de juro. Enquanto os EUA não aumentarem as taxas de juro será muito improvável que o BCE aumente a Euribor, pois isso iria aumentar novamente o valor do euro. Para mim e muitos outros, preferimos que o Euro esteja muito forte para as nossas compras no ebay e no amazon fiquem mais baratas. Mas para a economia em geral isso não é bom pois prejudica as exportações e impulsiona as importações, o que prejudica as empresas (exportadoras ou não) nacionais - um aparte: estão a ver, eu não sou egoista!
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Portanto, estamos todos à espera que os EUA recuperem para que o BCE possa continuar com as suas políticas. Aliás, o corte radical das taxas de juro nos EUA prejudicou muito a zona euro pois levou à apreciação abrupta da nossa moeda, tornando os bens europeus relativamente mais caros.
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Outra questão é a China. Muito se fala da China e que poderá vir a ser o próximo líder da economia mundial. Para mim, não tem estaleca! Tem um mercado interno muito grande e com elevado potencial, mas está a ter o sucesso que tem com base na sua moeda muito barata. Se tiver que a deixar valorizar (porque actualmente simplesmente não deixa!) vai ter que provar que é mesmo uma economia de topo.

Enganar quem?

Quem estará Sócrates a enganar? Os tristes (perdoem-me) que votaram nele? Como tem a cara de pau de afirmar que aumentou o défice como devia em 2009 para combater a crise económica? Não. Este Sócrates é incompetente. Pode ter tirado um curso de engenharia ao domingo mas itnha obrigação de ter melhores conhecimentos de economia se quer fazer afirmações destas.
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A redução de impostos é por si só um estímulo ao crescimento, tal como tenho vindo a dizer aqui inúmeras vezes. O aumento da despesa também pode ser mas não quando temos o défice que temos. Mas vamos ter TGVs e novo aeroporto em Lisboa (claro, Portugal é Lisboa...) e aumentar ainda mais o défice. Obviamente, isto terá que ser acompanhado com um aumento de impostos que vai anular o crescimento que o aumento da despesa pública poderia trazer.
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É claro que para crescer o país tem que emagrecer na despesa e descer os impostos. Nem de propósito! É o chamado Lean Thinking que agora está na moda, aplicado ao sector público!

22/12/09

Interesse Público

Se há coisa que me irrita é quando um indivíduo ou um conjunto deles querem sobrepôr o seu interesse individual ou colectivo ao interesse da sociedade.
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A greve marcada pelos super e hiper-mercados para a véspera de Natal, entretanto cancelada, é um exemplo disso. É óbvio que a greve iria atingir quem eles querem. O problema é que iria também atingir a sociedade em geral que necessita ou pode necessitar de ir aos supermercados nesse dia. A analogia mais imediata que me lembro, é a de um assaltante com um refém. O atirador da polícia tem a mira no assaltante e sabe que se disparar o mais provável é que o assaltante também atire sobre o refém. O refém não tem culpa nenhuma, logo deve ser a prioridade. A sociedade não tem culpa nenhuma, logo deve ser também a prioridade. E penso que terá sido este o motivo da desconvocação.
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Outro exemplo que me incomoda, apesar de apenas raramente andar de autocarro, é as greves nestes meios de transporte. Isso faz atrasar as pessoas, perderem tempo, chegarem atrasadas ao emprego, terem que aguentar com a má disposição dos patrões, chegar atrasado ou faltar a um teste ou exame muito importante, etc. Neste caso, eu até proponho uma solução muito melhor! Deixarem entrar toda a gente no autocarro sem cobrar bilhete. O interesse público não é afectado e o alvo deles, a empresa, arrecada um considerável prejuízo, pelo menos naquele dia.
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O mesmo digo em relação aos hospitais. Sim, os serviços mínimos são normalmente mantidos, mas é um hospital caramba! Pessoas morrem lá todos os dias portanto se nem os serviços normais são suficientes, quanto mais os serviços mínimos. Existe direito à greve, mas isso não deve nem pode prejudicar os interesses da sociedade em geral. Isso tem um nome: Egoísmo.

18/12/09

Impunidade

Os 13 piratas somalis capturados em Dezembro vão ser libertados. Isto porque nenhum país aceitou processa-los e julgá-los. Mas afinal em que raio de mundo é que vivemos? A justiça portuguesa não está assim tão má, está ao nível do resto da europa e do mundo. Para que é que estamos a combater a pirataria (incluindo portugueses) se depois não dá em nada? Mais uma vez, dinheiro mal gasto. Daqui posso depreender que também vão permitir os downloads ilegais por parte dos piratas informáticos... Só por uma questão de coerência.
(DE)

16/12/09

Centralismo

Chegou a ser um rumor não desmentido. Agora é oficial. O Red Bull Air Race vai mesmo para Lisboa, em mais um passo dado rumo ao centralismo do país na capital. Ainda por cima o palhaço que governa Lisboa (não é o Sócrates, é mesmo o balofo que já esteve no Governo), nem sequer os teve no sítio para assumir as negociações.
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Perante uma decisão política do Governo (tal como citei no post anterior sobre o assunto), já isto já seria de esperar.
Rumo ao crescimento e promoção de Lisboa em detrimento do resto do país.

O Palhaço - by Mário Crespo

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.

Trafulha

"[Os alunos] fazem um papel, entregam ao professor e vão-se embora. E ao fim do ano, entregam-lhe um papel a dizer que têm o nono ano [de escolaridade]. Isto é tudo uma mentira, enquanto formos governados por mentirosos e incompetentes este país não tem solução”,

Medina Carreira, Público

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O que disse Medina Carreira é óbvio demais. Não me canso de dizer que este programa das Novas Oportunidades visa apenas atingir estatísticas. Pretende qualificar recursos humanos pouco qualificados ao estilo que José Sócrates, alegadamente, concluiu a sua licenciatura. Por um lado, estão a querer enganar os portugueses em geral, dizendo que este Governo está a elevar o nível de escolaridade dos portugueses, o mundo internacional, de modo a subir nas estatísticas europeias e os próprios alunos, pois eles não ficam a saber o mesmo que é ensinado no ensino normal.

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O que seria de louvar, era utilizar esses meios financeiros em programas de formação e qualificação profissional de recursos humanos, e digo isto no verdadeiro sentido da palavra: Capacitar e dotar os recursos humanos de conhecimentos e técnicas que os permitam de desempenhar uma determinada profissão. Não apenas dar-lhes um papel para as mãos a dizer que têm equivalência ao 9º ou 12º ano. Ainda por cima é dinheiro mal gasto, porque as empresas sabem perfeitamente que não se aprende nada nas novas oportunidades.

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Este programa nem sequer é facilitismo. É trafulhice.

15/12/09

Falar por falar

Este Francisco Assis é mais um iludido.
Eu pergunto: Para quê que precisamos do TGV? Como já tive oportunidade de afirmar anteriormente, o TGV faz sentido em países do centro da Europa. A velocidade do TGV é lenta para nos deslocarmos para a Europa. Se é para poupar tempo, usamos o avião, que mesmo a contar com os tempos de check in e de espera das malas é muito mais rápido e em alguns casos mais barato.
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Mas a outra questão, mais importante, é porquê agora? Porque estamos em crise, estamos sobre-endividados e vamos gastar dinheiro em projectos megalómanos em vez de apostar em quem gera emprego - PMEs? Os manuais de teoria económica dizem que se deve aumentar a despesa pública para fazer crescer o produto. Verdade, mas não é com projectos de longo prazo com retorno num futuro incerto! E não menos verdade é que a subida de impostos cada vez mais iminente (sobretudo em Portugal que é perito em fugir aos impostos, vai contribuir para anular este efeito de crescimento e vai matar algumas empresas. Porque não optar pelo emagrecimento do Estado ao essencial e diminuir os impostos? We should give it a try

14/12/09

Não é desculpa

A crise não é desculpa pelo mau desempenho do Governo português. Segundo noticia hoje o Jornal de Negócios, Portugal tem a quarta taxa de desemprego mais elevada da OCDE, também conhecida por mundo ocidental, tendo por base o mês de Outubro.
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Como é obvio, Sócrates não pode culpar a crise pois a crise está aí para todos e Portugal nem é dos mais afectados. Em primeiro lugar está a Espanha (19,3%), seguindo-se a Irlanda (12,8%) e a Eslováquia (12,2%), estando Portugal empatado com os EUA (10,2%). Abaixo está a França (10,1%) sendo que dos restantes países, nenhum apresenta taxas com dois dígitos.

Parque Temático em Campanhã

A Câmara Municipal do Porto não se está a deixar acomodar pela vitória de Rui Rio, que está a cumprir o último mandato, e vai avançar para a construção de um parque temático na freguesia de Campanhã.
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- Gerar Emprego (5 a 6 mil empregos)
- Reabilitar Zona degradada da cidade (Areias)
- Promover Turismo (com unidades hoteleiras dentro do parque)
- Criação de um Espaço de Lazer (previsão de 4 milhões de visitantes por ano)
- Integração ambiental (perto do novo parque oriental da cidade)
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Rio está a provar que é o homem certo no local certo.
Sou uma pessoa muito teimosa. Devia ser o opositor número 1 do Rui Rio quando ganhou pela primeira vez as eleições e hostilizou o FC Porto. Hoje, também eu sei separar o futebol (sou quase cego pelo FCP) da política (não tenho partidos políticos - reconheço apenas o valor de alguns políticos).

Reflexão: O antes e o depois

O que trouxe o 25 de Abril ao nosso país? São cada vez menos as pessoas habilitadas para testemunhar o que mudou com o 25 de Abril. Se já lã vão 35 anos e considerando que apenas com 15 anos (e mesmo assim...) é que se tinha alguma consciência daquilo que se passava, é preciso que hoje se tenha 50 anos. Tirando os "activistas" contra o regime, cujos relatos são multiplicados pelos meios de comunicação social, a verdade é que muitas pessoas, predominantemente idosos, sentem alguma saudade do regime anterior ao 25 de Abril de 1974.
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Não quero de modo algum defender esse regime, até porque a minha idade não o permite, mas posso perfeitamente apontar alguns dados factuais ou não.
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Segurança?
Os meus avós dizem que estavam mais seguros no anterior regime. Havia mais respeito e as pessoas podiam deixar as portas abertas que não havia "larápios". Hoje? Bem, eu posso dizer que não me sinto seguro. Nem no Porto, nem em Lisboa, nem em lado nenhum, viajo de carro com as portas sempre trancadas, evito andar sozinho na baixa à noite e é condição obrigatória trancar todas as portas de casa de noite ou quando não estou.
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Finanças Públicas?
Salazar (não sei se posso dizer o nome dele) encheu os cofres do país. Foi um dos melhores Ministros das Finanças de todos os tempos. Passou de bestial a besta por ter imposto um regime ditaturial. Mas será que hoje estamos melhor?
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Liberdade?
Esta é uma questão polémica! Até porque a maioria das pessoas não sabe o que é liberdade. O meu conceito de liberdade tem um conceito implícito de respeito. Não podemos falar em liberdade sem falar de respeito. A nossa liberdade individual termina onde começa a dos outros. Perguntem aos jornalistas se semtem que hoje, com Sócrates, existe liberdade de impensa. Eu acho que não! E nem sequer falo em Marcelos nem TVIs.
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Um pequeno aparte, com esta lei do tabaco, colegas meus e outras pessoas questionaram a sua liberdade: "Agora já nem tenho liberdade para fumar o meu cigarro num café ou num restaurante, após terminar a minha refeição". Pois... e eu não tinha liberdade para comer a minha tosta mista ou saborear um belo bife da portugália sem ser invadido pelo fumo do SG Ventil da mesa ao lado. Nessa questão, hoje sinto-me muito mais livre!

Nível de Vida?
Eu não tinha grandes dúvidas em afirmar que o nível de vida deve ter aumentado. E provavelmente é verdade. Estamos também mais desenvolvidos. Mas a questão não é estática. Tem de ser analisada em termos dinâmicos: Como estariamos se...? Com ditadura ou não, ou com Mário Soares ou não, só sabemos uma versão da história. A outra só podemos estimar ou sonhar com ela. Mas o que é certo é a questão em baixo:
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Salário Mínimo Nacional
Se o SMN tivesse sido actualizado anualmente ao nível da inflação desde o dia 25 de Abril de 1974, em 2010 estaria ao nível de 562 euros e não os 475 euros anunciados. Isto significa uma perda de 15% face ao estabelecido na altura.
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Não sei não... Se me apresentassem estes dois cenários para viver penso que escolheria aquele em que não vivo hoje. Mais livre, com mais perspetivas embora menos desenvolvido, mais seguro e com as finanças em ordem. Parece-me bem...

(Público)

Paul Samuelson (1915-2009)

Um dos pais da economia moderna, e co-autor do livro "Economics", a biblia dos manuais de economia morreu hoje com 94 anos de vida.

SMN aumenta emprego?

O aumento do salário mínimo nacional pode implicar um aumento no nível de emprego, nos mercados em que existe apenas um empregador - monopsónio. Estamos a falar por exemplo de uma fábrica numa determinada terra, em que é o único empregador das pessoas que lá moram.
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Isto acontece porque o custo marginal do trabalho é igual (ao salário mínimo nacional) até um determinado nível de emprego. Como o custo de um trabalhor adicional não vai aumentando (até esse nível) mas fica o mesmo, o empregador tem incentivo para aumentar o nível de emprego até ao ponto em que isso deixe de compensar, que é precisamente aquele nível de emprego que citei acima. O novo ponto de equilibrio no mercado laboral passa um ponto que traduz um maior nível de emprego e um maior nível dos salários.
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Esta questão tem importantes consequências: os lobbys, isto é, os sindicatos ganham argumentos na negociação salarial e sobretudo na imposição ao Governo de um aumento do salário mínimo nacional. Contudo, pode provocar a deslocalização da fábrica, para outro país, onde os custos com o trabalho são mais baixos.