16/09/09

(des)Entendimentos

O negado e inesperado pode acontecer. José Sócrates assume que o PS procurará "um compromisso" em nome de uma "solução estável para assegurar a governabilidade". A mim, parece-me ser uma grande incoerência do ainda Primeiro-Ministro já que insiste nos sucessivos ataques ao partido de Francisco Louçã. Talvez agora, caso tenha a maioria dos votos (mas não absoluta) lhe dê jeito alguns aliados que não tem tido.
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Por sua vez, Francisco Louçã, que diz que está na hora de mudar e se vai manter fiel as suas ideias e conteúdos programáticos, diz que o Bloco de Esquerda é "um partido responsável" e a estratégia está definida: se o PS vencer as eleições sem maioria absoluta, não será o Bloco de Esquerda a rejeitar o programa do governo.
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Para mim, esta leitura tem apenas um significado: Louça tem enganado os seus apoiantes ao dizer que este (des)Governo tem que cair. Afinal, não está assim tão descontente e pondera mais do mesmo, sabendo que vai ter um papel chave, já que Socrates terá que ceder em alguns pontos. É mais um dos pontos da incongruencia de Louça que apesar do seu cinismo político (deve entender-se bem com Augusto Santos Silva) deixa por vezes cair a sua máscara.
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Nestas questões, apesar da não confirmação nem negação de Manuela Ferreira Leite, Paulo Portas é aquele que sem complexos dá maior transparência a esta questão.
Objectivo: Retirar José Sócrates e companhia do Governo
Meios: Uma eventual coligação com o PSD que nunca rejeitou, apesar de vincar as suas diferenças face ao partido de MFL.

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